Connect with us

Geral

ARTIGO: Os políticos, a sociedade e as empregadas domésticas

Publicado

em

No ano passado, ao defender que empresários investissem nos Vales do Mucuri e Jequitinhonha, o governador de Minas Gerais, Romeu Zema, disse: ‘’Aquelas regiões são tão pobres que se você oferecer um salário mínimo ao trabalhador, haverá filas de pessoas implorando para trabalhar na sua empresa.’’ E concluiu: ‘’Ali você contrata uma empregada doméstica para ganhar R$300 ao mês.’’ A apologia feita pelo político mineiro a uma condição análoga ao trabalho escravo, nos remete ao tratamento desumano que é dado a maioria das empregadas domésticas no Brasil.

O passado escravocrata ainda continua vivo no imaginário de brasileiros que acreditam que cada ser humano tem que ocupar um lugar na sociedade de acordo com a sua posição na hierarquia social. Por conta disso, os casos de empregadas domésticas escravizadas se tornam ‘’invisíveis’’ perante a sociedade. Esse fato abominável, aliado ao vínculo afetivo que é criado com a família empregadora também impede que a maioria das vitimas do trabalho doméstico escravo percebam que são escravizadas.

Existem muitos casos de meninas que foram ‘’adotadas’’ por famílias que prometiam dar melhores condições de vida a elas, mas que tiveram que assumir o trabalho doméstico do novo lar. No Rio de Janeiro, uma dessas meninas, agora com 84 anos, trabalhou 72 anos em situação análoga à escravidão. Em Minas Gerais, outra menina ‘’adotada’’ trabalhou em situação semelhante durante 48 anos. O tempo que as duas ficaram no cativeiro revela muitas coisas. Entre as quais, a ‘’tolerância’’ da sociedade nesses casos. Fosse diferente, não demoraria tantos anos para serem resgatadas.

O Estado também tem sua parcela de culpa em muitos casos de exploração de empregadas domésticas. Explico. Na Constituição Federal está definido que nenhum trabalhador poderá receber menos que um salário mínimo ao mês, mas para a maioria das empregadas domésticas essa regra não se aplica. Com base na jornada de trabalho de oito horas diárias ou 44 semanais, o governo criou o sistema eSocial Doméstico, onde essas profissionais são remuneradas pela quantidade de horas trabalhadas. Ou seja, podem receber menos que um salário mínimo ao mês.

Acontece que para a empregada doméstica ser reconhecida como segurada pelo INSS, o imposto a ser recolhido aos cofres daquele órgão deve ser calculado a partir do valor do salário mínimo. Caso contrário, a previdência social não dará a ela o direito ao afastamento remunerado do trabalho por motivo de doença/acidente de trabalho, e nem reconhecerá o seu tempo de serviço para fins de aposentadoria. Para piorar, é da trabalhadora a responsabilidade pelo recolhimento do encargo tributário referente à diferença apurada entre a remuneração recebida e o salário mínimo (diferença essa que muitas vezes não chega a míseros R$30 ao mês).

É fato que pessoas humildes que se sujeitam a receber menos que um salário mínimo ao mês, não têm conhecimento suficiente para entender a burocracia do INSS e muito menos dinheiro para pagar um bom contador. Elas dependem da boa vontade (ou seria da má vontade?) do empregador para emitir a guia de arrecadação que irá legalizá-las perante a previdência social. Talvez isso explique porque existe uma legião de empregadas domésticas com os mais variados problemas de saúde se arrastando nas casas de famílias conceituadas pelo Brasil.

Essa situação perversa mostra que o Governo Federal quando criou o sistema eSocial Doméstico pensou mais nos empregadores e menos nas trabalhadoras. Também mostra que na política e em alguns setores da sociedade existem muitas pessoas que se identificam com os comentários fascistas de Romeu Zema que reproduzimos no inicio deste texto. Quanto às empregadas domésticas que sofrem com o que relatei até aqui, me arrisco a dizer que elas são anjos escravizados em pleno século 21. Obs: Poucos sabem, mas 85% das trabalhadoras domésticas são mulheres negras.         

 

Publicidade

Geral

ARTIGO: A carroça vazia e a criança inocente

Published

on

Por: Nivaldo Londrina Martins do Nascimento (Mtb 35.079/SP.)

Quem acompanha os meus humildes textos deve se lembrar que há pouco tempo fui agraciado com a honrosa alcunha de hermeneuta. Agora foi a vez de um grande gastrônomo adamantinense (o cara é excelente cozinheiro, ao menos nas publicações que faz nas redes sociais) perguntar se eu seria psicólogo. Fiquei lisonjeado com o questionamento, mas respondi que sou apenas um simples observador do comportamento humano. Disse ainda que nessas observações costumo usar como parâmetro a “lição de moral” existente na fábula Carroça vazia. De autoria desconhecida, a pequena narrativa nos ensina muitas coisas. Vejamos.

“Certa manhã, um pai muito sábio teria convidado o filho para fazer um passeio no campo. Depois de andarem um bom tempo, o pai parou numa clareira e perguntou: – Além do cantar dos pássaros, ouves mais alguma coisa? O filho apurou o ouvido por alguns segundos e respondeu: – Ouço o barulho de uma carroça. – Isso mesmo, disse o pai. É uma carroça vazia… O filho, curioso, perguntou ao pai como podia ele saber que a carroça estava vazia, se ainda não a tinham visto? O pai respondeu: – Ora, é muito fácil saber se uma carroça está vazia por causa do barulho. Quanto mais vazia estiver a carroça, maior é o barulho que ela faz”.

Quantas pessoas não acrescentam nada em nossas vidas, a não ser nos causar perplexidade pelo tamanho da tempestade que costumam fazer em um copo de água? Quantos “líderes” gritam (no estrito sentido de intimidar) com os subordinados para fazer valer uma autoridade que já não existe? Quantos “donos da verdade absoluta” tentam impor as suas ideias fantasiosas na base da truculência? Respondo. A quantidade desses seres abjetos é imensa. Eles são carroças vazias. Sem habilidades cognitivas, os principais argumentos dessa gente é o barulho e a violência.

Existem carroças vazias em todos os lugares, mas as manipuladas na política superam todas as outras. Quem nunca viu/ouviu políticos e “religiosos” vociferando palavras raivosas contra instituições democráticas num palanque ou numa tribuna qualquer? De uns tempos para cá, isso se tornou muito comum no Brasil. Acontece que discursos de ódio criam no subconsciente das pessoas que não tem personalidade própria a ilusão de que estão acima de tudo, inclusive da lei. Nada é mais perigoso que alguém que sofreu uma lavagem cerebral política/religiosa.

O fanatismo dessa carroça vazia é tanto, que ela chega ao ponto de acreditar que pode agredir, assustar ou perseguir crianças indefesas (por causa de uma bandeira vermelha) como ocorreu em Adamantina e ficar impune. Esse tipo de atitude, além de ser abominável, é CRIME, cuja pena vai de 6 (seis) meses a 2 (dois) anos de reclusão, aumentada pela metade se a vítima for criança, adolescente ou idoso. Infelizmente, como a pena máxima para o delito é inferior a quatro anos de prisão (deveria ser de 12 anos, no mínimo), o fato do réu do caso em pauta ser primário e ter bons antecedentes criminais, pesou na decisão judicial.

A pena foi convertida em prestação de serviços à comunidade por um ano e na proibição do réu de frequentar bares, prostíbulos ou casas de jogos pelo mesmo período. Ele também não poderá se ausentar da comarca por mais de oito dias sem autorização judicial e deverá se apresentar todos os meses em juízo. Que a condenação seja pedagógica e sirva de lição para outras carroças vazias que perambulam pelas ruas da Cidade Joia. Elas têm que entender que o amor sempre vencerá o ódio.    

 

Continue lendo

Geral

Acidente mata mulher e deixa filho ferido na Rodovia SP-215 em São Carlos

Published

on

Uma mulher de 27 anos morreu em uma colisão entre carro e carreta, em São Carlos (SP), na manhã desta quinta-feira (2), na Rodovia Dr. Paulo Lauro (SP-215).

O filho da vítima, de 11 anos, ficou levemente ferido e foi socorrido para a Santa Casa, onde deverá permanecer em observação.

Segundo a concessionária Arteris Intervias, o carro em que estavam mãe e filho seguia sentido São Carlos e a carreta, carregada com tubos, seguia sentido Descalvado.

Os veículos bateram de frente e o impacto arrancou uma das portas do carro. A motorista morreu no local, enquanto o caminhoneiro não se feriu.

Equipes do Corpo de Bombeiros, Polícia Rodoviária e concessionária atenderam a ocorrência. As causas do acidente serão apuradas.

O corpo da vítima foi encaminhado ao Instituto Médico Legal (IML) de São Carlos. Ainda não há informações sobre o velório e enterro.

De acordo com a concessionária, não há interdição no local e o tráfego flui normalmente pela rodovia.

Continue lendo

Geral

Idoso de 77 anos morre em acidente em rodovia de Araçatuba

Published

on

Um idoso de 77 anos morreu em um acidente de trânsito na rodovia Deputado Jorge Maluly Netto em Araçatuba (SP).O fato ocorreu no final da tarde de quarta-feira (1º).

Segundo o boletim de ocorrência, o idoso perdeu o controle do carro, bateu em uma placa de sinalização e capotou. Sendo arremessado para fora do veículo. A vítima morreu no local.

A esposa dele, uma mulher de 74 anos que também estava no carro, foi salva pelo cinto de segurança e mesmo assim, teve ferimentos graves. Não há informações do estado de saúde dela.

A polícia irá investigar as causas do acidente.

Outro acidente com morte

Ainda na tarde de quarta-feira, um homem de 41 anos morreu enquanto fazia uma trilha com uma moto na área rural de Araçatuba.

Segundo o boletim de ocorrência, a vítima perdeu o controle da direção durante a trilha e bateu no tronco de uma árvore.

Ele chegou a ser socorrido pela Unidade de Resgate (UR), mas não resistiu aos ferimentos.

Segundo a polícia, um amigo da vítima estava na garupa, mas não foi encontrado no local do acidente. O sogro do motociclista informou que ele fazia trilha há 10 anos.

A motocicleta foi apreendida por não ter registro e licenciamento. As causas do acidente serão investigadas pela polícia.

Continue lendo

Mais Lidas

error: O conteúdo está protegido !!