Por: Nivaldo Londrina Martins do Nascimento (Mtb 35.079/SP.)
Acompanhei as críticas que você recebeu nas redes sociais em 2023, Sabesp. Foram muitas, e a maioria delas bem fundamentadas. Mesmo assim, participei de evento e até discursei a seu favor na Câmara dos Vereadores de Adamantina. Na ocasião disse que nos países em que os serviços de saneamento básico foram entregues à iniciativa privada, em vez de melhorar, ficaram piores e acabaram sendo reestatizados.
Falei ainda que você passou por um perverso processo de sucateamento para facilitar a sua privatização. Começando pelos nefastos PDVs, passando pela falta de concursos para preencher as vagas de emprego criadas por essas demissões ‘’voluntárias’’ e terminando nas famigeradas terceirizações que pioraram o serviço prestado à população. Tudo como manda o figurino na cartilha neoliberal privatista, Sabesp!
E o que você me apronta logo no primeiro dia deste ano, Sabesp? Recebi em minha casa alguns parentes para uma pequena confraternização e você resolve nos deixar sem água das 6hs da manhã às 17hs. Com isso, o que era para ser um dia festivo se transformou em um dia de transtornos, Sabesp! Por sua culpa, alguns dos meus familiares que residem em outras cidades resolveram voltar para as suas casas. Sem água, não dá para fazer festas! Ou será que estou enganado, Sabesp?
Essa situação constrangedora me fez recordar o mês de junho de 2006, quando nos colocamos contra a renovação do seu contrato com a prefeitura de Adamantina. Lembra-se que essa luta durou longos quatro anos, e que a nossa proposta era a municipalização dos seus serviços, Sabesp? E que no dia 7 de junho de 2010, na Câmara dos Vereadores de Adamantina, você nos venceu?
Pois é Sabesp, na época, apesar da maioria dos adamantinenses estarem do nosso lado (o que foi comprovado num abaixo-assinado com milhares de assinaturas), os votos de sete vereadores, muitas promessas que se perderam no tempo e um ‘’agrado’’ de 5 milhões aos cofres municipais fizeram a diferença. Ainda assim, aceitamos a derrota com a consciência de que havíamos cumprido com o nosso dever de cidadão.
Desculpe-me pelo desabafo, Sabesp! Tenho muitos amigos que trabalham com você, e sei que eles estão sofrendo com tudo o que está acontecendo. Sempre serei solidário a causa deles e às pessoas afetadas por um sistema político que ‘’não’’ sabe que a água é um bem natural estratégico em qualquer lugar do mundo. Apesar da foto (de junho de 2006) que abre este texto, continuarei te defendendo Sabesp. Hoje, a questão é bem diferente!