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Home»Geral»ARTIGO: Memórias de outrora: Professor de rua
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ARTIGO: Memórias de outrora: Professor de rua

AdamantinaNETPor AdamantinaNET11 de agosto de 20250
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“Professor, você lembra de mim?

Às vezes a gente lembra, às vezes não!

Mas, essa pessoa é um pedacinho da nossa eternidade!”

Mário Sérgio Cortella

Tem professor que só dá aula na sala. Eu não! (E boa parte dos que conheço, também não!) Minha lousa, às vezes, é a calçada dos comércios locais ou até mesmo a fila do supermercado. E minha reunião de pais acontece, sem marcar hora, na fila do bancoe até mesmo nas esperas entre um atendimento e outro no pronto socorro.

No interior é assim: a gente não encontra os alunos, eles é que encontram a gente (e como encontram!).

Outro dia, fui fazer algumas compras em uma padaria e, antes de chegar ao balcão, já ouvi:

— Ô professor! Lembra daquela prova de História? O senhor colocou “certo” numa resposta “errada”!Acho que era sobre “negócio das máquinas e do povo que antes fazia tudo com as mãos”.


E lá fui eu, entre um pão francês e outro, revisar a Revolução Industrial com o Lucas. O padeiro só observava, com aquele sorriso de quem já passou por tudo aquilo na escola, ou talvez por não lembrar de “lé nem cré” do que estávamos falando.

Na feira, é pastel… Quer dizer, pastel, coxinha, risoles e, no meio, um ex-aluno te atendendo.

— Professor, o senhor quer comer aqui ou vai levar? — perguntou ele.

— Desde que não venha como a “Guerra Fria”… Pode mandar!

— Que nada! Vai sair que nem a bomba atômica da 2ª Guerra Mundial!

E não é só ex-aluno, não. Tem os atuais também. Terminando os pacotes no supermercado:

— Professor! Vai ter um ponto se eu ajudar a carregar suas compras?


— Vai sim, mas só se não derrubar a melancia ou amassar as uvas. — falo brincando.

Na porta da loja, no posto de gasolina, até no velório do tio-avô de alguém, sempre aparece um:


— Professor, posso tirar uma dúvida?

Eu penso: “Claro, desde que não seja sobre equação do segundo grau… ou a capital de algum país.” Mas, aí vem aquela de sempre:

— Amanhã vai ter aula?

E assim, já entendi que professor de cidade pequena não tem férias de ser professor. Mesmo fora da escola, a gente continua corrigindo, explicando, escutando, “sendo professor”.

Mas não reclamo, não! É nessas esquinas, feiras e filas que a gente vê que a aula não acaba no toque do sinal. No fundo, ser professor aqui é isso: ensinar e aprender que entre um “bom dia” e um “até mais”, a lousa pode ser trocada pelo horizonte da praça.

E, “se” um dia eu me aposentar, acho que ainda vou andar pelas ruas esperando alguém me parar para perguntar:


— Professor, o senhor lembra daquela aula?


E eu vou responder:


— Lembro sim… e ainda tenho mais coisa pra contar, afinal a aula ainda não acabou…

Tiago Rafael dos Santos Alves

Professor / Historiador / Gestor Ambiental

Mestre pelo PPGG-MP – FCT/UNESP

Doutorando pelo PGAD – FCE/UNESP

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