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ARTIGO: Mensagem de despedida

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‘’Não quero flores no meu enterro, pois sei que irão arrancá-las da floresta. Quero apenas que o meu assassinato sirva para acabar com a impunidade dos jagunços que vivem sob a proteção da Polícia Federal do Acre que, de 1975 para cá, já mataram mais de 50 pessoas como eu, líderes seringueiros empenhados em defender a floresta amazônica e fazer dela um exemplo de que é possível progredir sem destruir. Adeus, foi um prazer estar com vocês. Vou para Xapuri ao encontro da morte, pois dela não conseguirei me livrar, tenho certeza. Não sou fatalista, apenas realista. Já denunciei quem quer me matar e nenhuma providência foi ou será tomada. O delegado da PF do Acre, Mauro Spósito, me persegue e não é de hoje. Não tenho nenhuma dúvida de que os pistoleiros levarão a melhor por um motivo: cassaram o meu porte de arma, sob a alegação de que tenho contatos com uma entidade alienígena e comunizante. É a Fundação Ford, dos Estados Unidos. Veja só.’’

O autor dessa mensagem, proferida no dia 05 de dezembro de 1988, num evento em Piracicaba-SP, sabia muito bem o que estava dizendo. Assim, na noite do dia 22 daquele mesmo mês, é covardemente assassinado. A morte desse brasileiro que deu a vida em defesa da floresta amazônica repercutiu em todo o planeta.

E pensar que tudo começou quando ele, aos doze anos de idade, conheceu o ex-guerrilheiro Euclides Fernandes Távora (primo de Juarez Távora), que havia fugido da colônia penal de Fernando de Noronha e estava escondido na selva amazônica. E que depois, durante anos, nos finais de semana, caminhava três horas na mata para chegar até o barraco de Távora onde aprenderia a história da luta de classes com referências a Lênin e Marx. Isso, até que as aulas foram interrompidas por uma tragédia que atingiu a sua família. A mãe, dona Irecê, morreu em consequência de uma hemorragia pós-parto aos 42 anos.

Entretanto, o aprendizado político não demorou para ser retomado. O ex-guerrilheiro conseguira um rádio, e, em plena floresta amazônica, o jovem discípulo começou a ouvir os noticiários em português da Central de Moscou, BBC de Londres e Voz da América. Comparando vários acontecimentos do mundo, Távora infundiu nele a consciência da geopolítica e o lugar do Brasil no jogo de tração entre comunismo e capitalismo.

Quando Távora sumiu do seringal para nunca mais ser achado, deixou um líder quase pronto. Era o ano de 1966, e o curso, que durara oito anos e que custara ao aluno caminhadas de seis horas aos sábados e domingos havia acabado. Nos anos que se seguiram, ele começou a conscientizar os seringueiros sobre seus direitos. E foi assim que teve início, embora isoladamente, uma ação no sentido de se conseguir a autonomia daqueles trabalhadores e, junto, nasceram os primeiros conflitos com os seringalistas (donos dos seringais).

Em 1975, ele ingressa no movimento sindical, sempre defendendo a natureza e os povos da floresta, trabalho este que lhe rendeu vários prêmios internacionais, inclusive da ONU. Infelizmente, em 22 de dezembro de 1988, um tiro de espingarda calibre 20 disparado pelo filho de um fazendeiro tirou a vida daquele que é considerado o maior ambientalista brasileiro de todos os tempos. Viva, Chico Mendes! Chico Mendes vive!

Obs. 1: Esse texto contém trechos resumidos do livro ‘’Chico Mendes por ele mesmo’’. Obs. 2: Na próxima sexta-feira, serão 25 anos sem Chico Mendes. Poucos brasileiros conhecem a sua luta, mas todos sofrem com as mudanças climáticas, principalmente com as fortes ondas de calor causadas pelo desmatamento desenfreado das nossas florestas. Obs. 3: Quem continua agredindo o meio ambiente são os mesmos que disseram que Chico Mendes mantinha contatos com uma entidade alienígena e comunizante. Obs. 4: Nos recentes protestos da extrema direita na frente dos quartéis, uma das palavras mais usadas pelos oradores foi exatamente a palavra comunismo. Em algumas cidades, extremistas fanáticos tentaram contato com alienígenas. Qualquer semelhança com o passado, não é mera coincidência. Enfim, muita gente ainda acredita que a terra é plana.    

 

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Irmãos morrem em acidente em rodovia quando voltavam de velório no interior de SP

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Dois irmãos de Ibaté (SP) morreram em um acidente na Rodovia Antônio Machado Sant’Anna (SP-255), em Guatapará, ao voltarem de um velório na quinta-feira (16). As vítimas foram identificadas como José Gomes de Oliveira, de 39 anos, e Norma Maria da Silva Lopes, de 56.

O acidente aconteceu por volta das 17h. Uma carreta e um carro com cinco pessoas bateram no km 41 da pista sentido Ribeirão Preto / Araraquara, segundo o Centro de Controle de Informações (CCI) da Agência de Transporte do Estado de São Paulo (Artesp).

De acordo com o boletim de ocorrência, o motorista da carreta, com placas de Belo Horizonte (MG), saía de um posto às margens da rodovia quando o veículo de Ibaté , que seguia no mesmo sentido, bateu na lateral dela.

O carro estava com cinco ocupantes adultos. Os irmãos morreram no local e uma terceira passageira, Geralda Maria da Silva Lopes, de 48 anos, foi levada em estado grave à Unidade de Emergência do Hospital das Clínicas (HC-UE), em Ribeirão Preto.

O motorista do caminhão e outros dois ocupantes do carro sofreram ferimentos leves. A pista ficou parcialmente bloqueada nos dois sentidos da rodovia.

O caso foi registrado como lesão corporal e homicídios culposos, sem intenção, na direção de veículo automotor.

Velório e enterro de irmãos

Os corpos foram encaminhados para o Instituto Médico Legal (IML) de Ribeirão Preto. O velório e enterro dos irmãos aconteceu na manhã deste sábado (18), no Cemitério Municipal de Ibaté.

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Homem morre e outro é socorrido em estado grave após colisão entre van e caminhão

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Um homem morreu e outro sofreu ferimentos graves após uma colisão entre uma van e um caminhão que prestava serviços terceirizados para a Companhia Paulista de Força e Luz (CPFL) na Rodovia Armando de Sales Oliveira (SP-322), em Bebedouro (SP), no fim da manhã desta sexta-feira (17).

Até a publicação desta matéria, as causas do acidente não haviam sido divulgadas.

O motorista da van morreu no local. Já o motorista do caminhão foi socorrido pelo Serviço de Atendimento Móvel de Urgência (Samu) e encaminhado ao Hospital Regional de Bebedouro.

Além deles, o passageiro do caminhão sofreu ferimentos leves, e não há informações sobre atendimento médico.

Segundo o Departamento de Estradas e Rodagem (DER), uma faixa da pista sentido norte precisou ser interditada e foi liberada por volta das 15h30. O bloqueio gerou um congestionamento de cerca de três quilômetros.

Em nota, a CPFL Paulista lamentou o acidente e se solidarizou com a família das vítimas. Disse, ainda, que acompanha o caso com a prestadora de serviço.

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Motorista morre após carro capotar em rodovia

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Um homem de 48 anos morreu depois de capotar o carro na rodovia João Neves, em Potirendaba, na madrugada desta segunda-feira (20/1), na região de Rio Preto. A pista liga a cidade à Washington Luís, sentido Cedral.

Segundo a Polícia Militar Rodoviária, Alexandre Galvão Gomes dirigia um Kia/Sportage entre os quilômetros 4 e 5 da rodovia João Neves, quando perdeu o controle da direção e capotou o veículo, invadindo uma propriedade rural. A polícia suspeita de que a vítima estava sem o cinto de segurança porque foi arremessada para fora do veículo.

Um casal que passava pelo local viu o motorista e foi até o hospital informar sobre o acidente. Uma ambulância deslocou-se até o local do acidente para socorrer a vítima, mas infelizmente Alexandre não resistiu aos ferimentos.

A Guarda Civil Municipal foi acionada para dar apoio à ocorrência. O corpo de Alexandre foi levado para o Instituto Médico Legal (IML) de Rio Preto.

Um boletim de ocorrência foi registrado na delegacia de Potirendaba e a polícia deverá investigar as circunstâncias do capotamento.

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