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Nota sobre as investigações da Organização para a Proibição de Armas Químicas relativas ao alegado uso de armas químicas em Douma/Síria.

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Nós, que abaixo assinamos a presente nota, escrevemos para expressar a nossa profunda preocupação em relação às contínuas controvérsias e resultados políticos relacionados à Organização para a Proibição de Armas Químicas (OPAQ) e suas investigações relativas à alegada agressão com armas químicas à Douma na Síria, em 2018.

            Desde que a Organização para a Proibição de Armas Químicas publicou seu relatório, em março de 2019, sobre esta questão, ocorreu uma sequência de desdobramentos que provocaram sérias e substanciais preocupações sobre os métodos utilizados para a realização de tal investigação. Dentre estes desdobramentos, foram identificadas enormes irregularidades processuais e científicas cometidas pelos investigadores da Organização encarregados do referido inquérito, além do vazamento de um grande número de documentos corroborantes e declarações contundentes fornecidas ao Conselho de Segurança da ONU. Agora está bem estabelecido que alguns inspetores seniores envolvidos com a investigação, um dos quais desempenhou um papel central, rejeitam a forma como a investigação derivou suas conclusões e a gestão da OPAQ agora é acusada de aceitar conclusões inconsistentes ou possivelmente manipuladas, com sérias implicações geopolíticas e de segurança. Os reiterados pedidos dos inspetores para que tivessem a oportunidade de discutir suas preocupações dentro da OPAQ foram ignorados e os pedidos de alguns membros do Conselho Executivo da OPAQ para permitir que todos os inspetores fossem ouvidos foram bloqueados.

            As preocupações dos inspetores são compartilhadas pelo primeiro Diretor-Geral da OPAQ, José Bustani e por um número significativo de indivíduos eminentes que pedem transparência e responsabilidade na OPAQ. O próprio Bustani foi recentemente impedido por membros importantes do Conselho de Segurança de participar de uma audiência sobre o dossiê sírio. Como afirmou o embaixador Bustani em um apelo pessoal ao Diretor-Geral, se a Organização está confiante na condução de sua investigação sobre Douma, então não deverá ter dificuldade em atender às preocupações dos inspetores.

            Até o momento, infelizmente, a OPAQ não respondeu às alegações contra ela e, apesar de fazer declarações em contrário, nunca permitiu que as opiniões ou preocupações dos membros da equipe de investigação fossem ouvidas. Na verdade, a alta administração nunca se reuniu com a maior parte da equipe de investigação. Em vez disso, contornou a questão ao lançar uma investigação sobre um documento vazado relacionado ao caso Douma e ao condenar publicamente seus inspetores mais experientes por se manifestarem a respeito.

            Em um preocupante desdobramento recente, um projeto de carta falsamente alegado como tendo sido enviado pelo Diretor-Geral a um dos inspetores dissidentes vazou para um site de investigação de “código aberto” em uma aparente tentativa de difamar o ex-cientista sênior da OPAQ e revelar sua identidade. Ainda mais alarmante, em uma série de rádio da BBC4, transmitida recentemente, uma fonte anônima, supostamente ligada à investigação da OPAQ em Douma, violou os regulamentos da Organização ao dar uma entrevista à BBC na qual não apenas denegriu a imagem dos dois inspetores dissidentes, mas também a do próprio Embaixador Bustani. É importante ressaltar que vazamentos recentes, em dezembro de 2020, evidenciaram que estas preocupações também foram mantidas por funcionários graduados da OPAQ, que apoiaram o inspetor da OPAQ que se manifestou a respeito da má prática.

            A questão que se apresenta ameaça prejudicar gravemente a reputação e a credibilidade da OPAQ e minar seu papel vital na busca da paz e segurança internacionais. Simplesmente não é sustentável para uma organização científica como a OPAQ recusar-se a responder abertamente às críticas e preocupações de seus próprios cientistas, embora esteja sendo associada a tentativas de desacreditar e difamar esses cientistas. Além disso, a controvérsia em curso sobre o relatório Douma também levanta preocupações com relação à confiabilidade dos relatórios anteriores da FFM, incluindo a investigação do alegado ataque a Khan Shaykhun em 2017.

            Acreditamos que os interesses da OPAQ serão mais bem atendidos pelo Diretor-Geral se for disponibilizado um fórum transparente e neutro, no qual as preocupações de todos os investigadores possam ser ouvidas, bem como será garantido que uma investigação científica e totalmente objetiva seja concluída.

            Para tanto, conclamamos o Diretor-Geral da OPAQ a encontrar coragem para abordar os problemas dentro de sua organização relacionados a esta investigação e garantir que os Estados-Parte e as Nações Unidas sejam devidamente informados. Desta forma, esperamos e acreditamos que a credibilidade e integridade da OPAQ possam ser restauradas.

Assinaturas:

– José Bustani, Embaixador do Brasil, 1º. Diretor Geral da OPAQ e ex-Embaixador do Brasil no Reino Unido e na França.

– Professor Noam Chomsky, Professor Laureado da Universidade do Arizona e do Instituto MIT.

– Daniel Ellsberg, PERI Distinguished Research Fellow, UMass Amherst, ex-oficial do Departamento de Defesa americano.

– Professor Richard Falk, Professor Emérito de Direito Internacional na Universidade de Princeton.

– Professor Dr. Ulrich Gottstein, em nome dos Físicos Internacionais para a Prevenção da Guerra Nuclear (IPPNW – Alemanha).

– Dennis J. Halliday, Assistente do Secretário Geral das Nações Unidas de 1994 a 1998.

– Professor Pervez Houdbhoy, Universidade de Quaid-e-Azam e ex-Pugwash.

– Dra. Sabine Krüger, Química Analítica, ex-inspetora da OPAQ de 1997 a 2009.

– Ray McGovern, ex-Cia Presidential Briefer, Co-Fundador da Profissionais Veteranos de Inteligência para a Sanidade.

– Professor Götz Neuneck Pugwash Council and German Pugwash Chair.

– John Pilger, Ganhador dos prêmios Emmy e Bafta de Melhor Jornalista e Produtor de Filmes.

– Dirk van Niekerk, ex-Chefe da Equipe de Inspeção da OPAQ, Chefe da Missão Especial da OPAQ para o Iraque.

– Professor Theodore A. Postol, Professor Emérito de Ciência, Tecnologia e Política Nacional de Segurança do Instituto de Tecnologia de Massachusetts.

– Dr. Antonius Roof, ex-Chefe de Inspeção da OPAQ e Chefe de Inspeção Industrial.

– Professor John Avery Scales, Professor do Conselho Pugwash e Representante Dinamarquês no Conselho Pugwash.

– Hans von Sponeck, ex-Assistente do Secretário Geral das Nações Unidas e Coordenador Humanitário das Nações Unidas para o Iraque.

– Alan Steadman, Especialista em munições para armas químicas, ex-Chefe de Equipe de Inspeção da OPAQ e Inspetor da Comissão Especial das Nações Unidas.

– Coronel Lawrence B. Wilkerson, Forças Armadas dos Estados Unidos, Professor visitante da Faculdade William and Mary College e ex-chefe de equipe do Secretário de Estado Americano, Colin Powell.

 

Endereço:

Permanent Missiono f Syria to the OPCW

President Knnedylaan 19, 2517JK

The Hague, The Netherlands

Tel: 070-7621040

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ARTIGO: Santa Casa, FAl e Poder Judiciário

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Por: Nivaldo Londrina Martins do Nascimento (Mtb 35.079/SP.)

No dia 9 de setembro de 2003, publiquei, no jornal Diário do Oeste, o texto Um pouco da história da Santa Casa, onde contava a história da entidade, da sua idealização à intervenção municipal ocorrida no início daquele mês. Recordemos alguns trechos do antigo escrito. A Santa Casa foi fundada no dia 1 outubro de 1952 por um grupo de pessoas preocupadas com a saúde da população. Em 1953, esse grupo enviou à Câmara Municipal, por intermédio do vereador Antônio Andrade, proposta de criar um imposto de Cr$ 2,00 por pé de café, para começar a obra. A justificativa para o imposto era o fato da população rural ser o dobro da urbana.

Os cafeicultores não concordaram com a proposta, e o mesmo vereador apresentou um projeto de lei criando um adicional de 10% sobre os impostos municipais, cuja arrecadação seria transferida para a Santa Casa. Consultados, os adamantinenses aprovaram o novo tributo, e assim nasceu a Lei Municipal 238/53. Em outubro de 1957, o prédio foi concluído e o Governo do Estado enviou os equipamentos para a Santa Casa funcionar. Faltava contratar o pessoal administrativo. Depois de muita insistência da Irmandade da Santa Casa (formada pelos seus idealizadores), o Bispo da Diocese de Marilia, Dom Hugo Bressane de Araújo, designou uma equipe de freiras da Ordem das Irmãs Missionárias do Sagrado Coração de Jesus para administrar a casa de saúde.

Em 7 de dezembro de 1957, finalmente aconteceu a inauguração da Santa Casa, com as irmãs missionarias assumindo a administração da entidade. Todas tinham curso superior nas áreas que atuariam e nada receberiam por seus serviços. Havia ainda um compromisso assumido pela Irmandade em 1953 que impedia o nepotismo e a politicagem na Santa Casa. O adicional de 10%, destinado à construção do prédio, pela Lei Municipal 210/61, passaria a ser permanente. Convênios com os governos estadual e federal, e muito controle e austeridade complementavam o orçamento. O banco de sangue dava lucro. O raio x também. O paciente que tinha condições de pagar pagava, quem não tinha não pagava, e o tratamento era igual para todos.

Tudo era feito em parceria entre as freiras e a irmandade, sob a supervisão do diretor clínico e do provedor. Mas, como nada é perfeito neste mundo, de vez em quando surgiam pequenas crises. Certa feita, algumas “pessoas” que queriam tirar proveito do empreendimento fizeram um grande movimento para desestabilizar um ex-provedor, chegando a ameaçá-lo de morte. Por sorte, essa tentativa de boicote foi superada sem maiores infortúnios e a Santa Casa seguiu o rumo traçado pelos valorosos pioneiros até 22 de outubro de 1988, quando o contrato com a Ordem das Irmãs Missionárias do Sagrado Coração de Jesus foi rompido.

Com o fim do contrato, o compromisso assumido pela irmandade da Santa Casa em 1953 deixou de ser cumprido. O nepotismo e a politicagem começaram a fazer história. E, ao que parece, o resultado disso foi o início da decadência que culminou na intervenção feita em 5 de setembro de 2003. Aqui encerro a narrativa extraída do texto Um pouco da história da Santa Casa. Entretanto, do longínquo ano de 2003 aos dias atuais, muita água passou debaixo da ponte. Vejamos.

Com o decorrer do tempo, as dificuldades na Santa Casa só aumentariam. Ocorreriam outras intervenções do poder público municipal e seriam realizadas algumas campanhas filantrópicas para evitar que a instituição fosse fechada. Para piorar, em 2011, por ser inconstitucional (como este humilde articulista já havia afirmado no texto Praças, Santa Casa e cinema, também publicado em 2003), foi revogada a Lei Municipal 210/61 que garantia a destinação do adicional de 10% dos impostos municipais à casa de saúde. Felizmente, novos personagens se tornariam protagonistas na luta contra o fechamento da Santa Casa e por uma saúde pública de qualidade em Adamantina.

Em janeiro de 2018, após grande esforço de autoridades do Poder Judiciário e do Ministério Público locais, a Santa Casa passou a ser administrada pela Associação Lar São Francisco de Assis na Providência de Deus. A gestão dos freis franciscanos melhorou/humanizou o atendimento à população e isso fez com que em janeiro de 2022 a Santa Casa fosse incorporada definitivamente à Associação Lar São Francisco de Assis na Providência de Deus. Com a incorporação, a entidade passou a ser denominada Santa Casa de Misericórdia de Adamantina na Providência de Deus.

Sempre lembrando que em 2015, enquanto a Santa Casa passava por uma das suas maiores crises financeiras, a FAl conquistava o curso de medicina. Isso gerou a expectativa de que em quatros anos a saúde pública mudaria da água para o vinho em Adamantina. Afinal de contas, o Internato Médico, obrigatório no curso de medicina, seria iniciado em janeiro de 2020 e iria ser um divisor de águas na saúde pública na cidade. No entanto, o internato foi para Araçatuba. Em seguida, para São Carlos.

No final de 2023, o Poder Judiciário, em Adamantina, julgou procedente Ação Civil Pública, proposta pelo MPSP, e proibiu a renovação do Termo de Colaboração para Internato Médico, assinado entre a Irmandade da Santa Casa de Misericórdia de São Carlos e a FAI. A instituição recorreu da decisão e o caso tramita na justiça. Vale dizer que a FAl é uma autarquia municipal, criada em 1968, cuja mantenedora é a prefeitura de Adamantina. Traduzindo. Se um dia algo der errado com a instituição, o dinheiro para arcar com o prejuízo sairá dos cofres municipais, ou seja, do bolso dos adamantinenses.

Para encerrar, gostaria de fazer algumas perguntas à população da Cidade Joia. A Santa Casa e as unidades de saúde do município, mesmo com os grandes investimentos em infraestrutura dos últimos anos, não estão prontas para receber o Internato Médico? É justo a autarquia de uma cidade (que nasceu graças aos impostos pagos pelo povo desta cidade), investir na saúde da população de outra cidade? Por que o silêncio da mídia e dos pré-candidatos ao cargo de prefeito em torno de assunto tão importante? Existe alguma pressão corporativa impedindo que a discussão avance na sociedade adamantinense?

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Ônibus que transportava trabalhadores rurais tomba em Paranapanema

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Um ônibus que transportava trabalhadores rurais tombou na Estrada Rio Boi Branco do distrito Campos de Holambra, em Paranapanema (SP), na madrugada desta terça-feira (14).

Conforme uma das passageiras do ônibus, algumas pessoas foram socorridas e levadas até a UBS mais próxima pelo Serviço de Atendimento Móvel de Urgência (Samu). Outras foram levadas por motoristas que passavam pelo local e viram o veículo tombado.

De acordo com os Bombeiros, uma equipe chegou a ser acionada, mas a solicitação foi cancelada após o Samu adiantar o resgate.

Em nota, a Secretaria de Segurança Pública (SSP) também informou que o acidente aconteceu pois o motorista perdeu o controle da direção enquanto dirigia pela pista molhada. O ônibus transportava 42 passageiros, dos quais 14 se feriram.

Segundo os responsáveis pela UBS Onofre Leme de Almeida, ao menos 12 pessoas foram atendidas com ferimentos leves e outras duas precisaram ser transferidas devido a gravidade dos ferimentos para realizarem raio X.

O caso foi registrado como lesão corporal pela Delegacia de Paranapanema.

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Jovem morre em batida na estrada que liga Dumont a Ribeirão Preto

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Um jovem de 24 anos morreu em um acidente na tarde desta quarta-feira (15) na Rodovia Mário Donegá, entre Dumont (SP) e Ribeirão Preto (SP).

Segundo a Polícia Militar Rodoviária, o motorista do carro seguia no sentido Ribeirão-Dumont, quando teria invadido a pista contrária e batido de frente com o caminhão.

Com o impacto, o motorista foi projetado para fora do carro. De acordo com a polícia, a hipótese é que ele não usava o cinto de segurança no momento da batida. O caminhão só parou ao bater na defensa metálica.

O trecho é de pista simples e, de acordo com a polícia rodoviária, não é permitido ultrapassagem no local.

A perícia deve apontar as causas do acidente.

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