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Maia: não adianta trocar nome de imposto em inglês “para parecer bonito”

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Apesar de o ministro da Economia, Paulo Guedes, articular para tentar emplacar novamente a nova CPMF (Contribuição Provisória sobre Movimentações Financeiras), o presidente da Câmara dos Deputados, Rodrigo Maia (DEM-RJ), jogou areia nos planos do ministro. Em evento realizado em São Paulo nesta quinta-feira (30/07), ele foi taxativo que é contra qualquer proposta de novo imposto que vier a ser encaminhada pelo Executivo ao Congresso, seja de micro imposto, seja qualquer nome que essa CPMF venha a ter, e que ela não entrará na pauta enquanto ele comandar a Casa.

“Vão querer inventar um novo nome em inglês (da nova CPMF) para ficar mais bonito. O fato é que a sociedade não quer mais imposto”, afirmou Maia, durante seminário virtual sobre reforma tributária organizado pela Confederação Nacional da Indústria (CNI) e pelo jornal Folha de São Paulo. Ele criticou qualquer novo tributo que acabe elevando a carga tributária e avisou que votará contra. “Uma nova CPMF é um imposto cumulativo e regressivo. Sou contra, no mérito. Vamos cometer os mesmos erros do passado. A CPMF foi criada para a saúde, mas não foi para lá que ela foi destinada”, destacou. Ele também descartou a chance de pautar na Câmara qualquer proposta de mudança no teto de gastos.

O parlamentar criticou a criação de imposto como forma de buscar cobrir o aumento de despesas do governo. “Não adianta aumentar a carga tributária para resolver o problema de gasto público”, disse Maia. Ele lembrou que, “entre 1996 e 2004, as gestões anteriores aumentaram a carga tributária em 9% e o problema do gasto público não foi resolvido”.

De acordo com o presidente da Câmara, as soluções colocadas para resolver os problemas da economia pós-pandemia que passam por desfazer o teto de gastos — emenda constitucional aprovada em 2016 que limita o crescimento das despesas primárias do governo pela inflação do ano anterior. “Todas as soluções colocadas vão na linha contrária do que a gente vinha defendendo desde o governo Michel Temer, que é organizar as contas públicas e melhorar a eficiência do gasto”, pontuou.

Maia defendeu como agendas prioritárias a reforma tributária e medidas para corte de gastos e desvinculação de receitas, como o pacto federativo e a reforma administrativa. Para ele, uma reforma tributária que não atrapalhe a retomada da economia e que reduza a complexidade do emaranhado dos tributos brasileiros, reduzindo a regressividade da carga de impostos no país. “Se formos criar um imposto novo para desonerar a folha, vamos adotar a mesma solução do passado e que não resolveu problemas mais graves. Fica parecendo que vai ser mais um tributo que vai mais atrapalhar do que ajudar na retomada da economia. É muito importante fazer um debate para não errar. Desoneramos a folha no governo Dilma Rousseff e isso não gerou emprego”, pontuou.

Para o presidente da Câmara, a folha custa muito caro “no mundo inteiro” mas aqui no Brasil “custa muito mais”. “Temos que olhar para as despesas públicas para desonerar a folha. Não será aumentando imposto que vamos resolver os nossos problemas”, reforçou. De acordo com ele, nenhum imposto novo será pautado na Câmara, pelo menos, até fevereiro, quando termina o mandato do democrata. “Vamos continuar com as propostas de reforma tributária, de pacto federativo e de gatilhos para o teto de gastos.

PEC 45

O deputado federal Aguinaldo Ribeiro (PP-PB), relator da nova comissão mista da reforma tributária no Congresso, defendeu, junto com Maia, a Proposta de Emenda à Constituição (PEC) nº 45/2019, que propõem uma tributação mais equilibrada sobre bens e serviços e que tramita na Câmara como fio condutor da reforma que será debatida na comissão mista. Essa matéria é bastante criticada pelo setor de serviços com a criação do IBS, imposto previsto que será resultado da unificação de cinco tributos federais e regionais, e que será cobrado apenas no destino.  Segundo o deputado, o novo tributo vai incidir apenas sobre 15% das empresas do setor de serviços. “85% das empresas do setor de serviços estão inseridos no Simples e não serão atingidas pelo novo sistema. As 15% das empresas que estão fora do simples ainda terão uma cadeia de recuperacao de creditos”, garantiu.

 

Durante sua fala, Ribeiro fez questão de destacar que o brasileiro não sabe quanto paga de imposto e, devido às distorções do sistema tributário, a base de tributação do Imposto de Renda Pessoa Física (IRPF) é pequena, de 30 milhões, e, por conta disso, acaba tributando mais os mais pobres e a indústria.  Ele defendeu o ataque da regressividade e da tributação de lucro e dividendos em uma reforma tributária mais ampla e não apenas uma simplificação de impostos federais como o projeto de lei que o ministro Paulo Guedes enviou ao Congresso. “Não faz sentido uma reforma tributária simples. Não me parece razoável perdermos a oportunidade razoável perder a oportunidade de uma reforma mais ousada”, afirmou.

O economista Affonso Celso Pastore, ex-presidente do Banco Central, também criticou qualquer iniciativa de criação de uma nova CPMF. Ele destacou que o processo de desindustrialização precoce do Brasil é resultado da carga tributária complexa e elevada que contribui para o elevado Custo Brasil que tira a competitividade do país. Ele lembrou que, mesmo com a atual conjuntura de dólar valorizado e juros nos menores patamares da história, o país não conseguiu ter uma indústria competitiva no mercado externo. “O Custo Brasil dificulta a abertura comercial. O brasil precisa exportar mais e importar mais, mas, para fazer isso, temos que tirar o grosso das distorções que seria o imposto sobre bens e serviços”, afirmou. Nesse sentido, ele elogiou a PEC 45, porque ela inclui o Imposto sobre Circulação de Bens e Serviços (ICMS), cobrado pelos estados. “Temos vários defeitos, como a logística ruim que precisa ser melhorada. O que precisamos de verdade é uma reforma tributária corajosa sobre bens se serviços que introduza um imposto verdadeiro no destino e não na origem e termine com o estímulo para a guerra fiscal entre estados”, avaliou.

O presidente da CNI, Robson Andrade, defendeu uma reforma que seja equilibrada, sem privilegiar um setor ou outro, e declarou apoio à PEC 45. “Temos que deixar de olhar para o umbigo e pensar na necessidade de desenvolvimento de todas as regiões do Brasil, na geração de empregos e no estímulo ao empreendedorismo”, destacou. Ao comparar a carga do do IR sobre as empresas é maior do que a média dos países da Organização para Cooperação e Desenvolvimento Econômico (OCDE), o chamado clube dos ricos, de 35% contra 21,5%. Maia rebateu a comparação e disse que Braga esqueceu de incluir que, se for incluída a tributação sobre dividendos, que não é zerada aqui a média da OCDE sobe para 42%. Ambos, contudo, apoiaram uma forma de tributação de lucros e de dividendos que estimule os investimentos das empresas. 

 

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ARTIGO: Santa Casa, FAl e Poder Judiciário

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Por: Nivaldo Londrina Martins do Nascimento (Mtb 35.079/SP.)

No dia 9 de setembro de 2003, publiquei, no jornal Diário do Oeste, o texto Um pouco da história da Santa Casa, onde contava a história da entidade, da sua idealização à intervenção municipal ocorrida no início daquele mês. Recordemos alguns trechos do antigo escrito. A Santa Casa foi fundada no dia 1 outubro de 1952 por um grupo de pessoas preocupadas com a saúde da população. Em 1953, esse grupo enviou à Câmara Municipal, por intermédio do vereador Antônio Andrade, proposta de criar um imposto de Cr$ 2,00 por pé de café, para começar a obra. A justificativa para o imposto era o fato da população rural ser o dobro da urbana.

Os cafeicultores não concordaram com a proposta, e o mesmo vereador apresentou um projeto de lei criando um adicional de 10% sobre os impostos municipais, cuja arrecadação seria transferida para a Santa Casa. Consultados, os adamantinenses aprovaram o novo tributo, e assim nasceu a Lei Municipal 238/53. Em outubro de 1957, o prédio foi concluído e o Governo do Estado enviou os equipamentos para a Santa Casa funcionar. Faltava contratar o pessoal administrativo. Depois de muita insistência da Irmandade da Santa Casa (formada pelos seus idealizadores), o Bispo da Diocese de Marilia, Dom Hugo Bressane de Araújo, designou uma equipe de freiras da Ordem das Irmãs Missionárias do Sagrado Coração de Jesus para administrar a casa de saúde.

Em 7 de dezembro de 1957, finalmente aconteceu a inauguração da Santa Casa, com as irmãs missionarias assumindo a administração da entidade. Todas tinham curso superior nas áreas que atuariam e nada receberiam por seus serviços. Havia ainda um compromisso assumido pela Irmandade em 1953 que impedia o nepotismo e a politicagem na Santa Casa. O adicional de 10%, destinado à construção do prédio, pela Lei Municipal 210/61, passaria a ser permanente. Convênios com os governos estadual e federal, e muito controle e austeridade complementavam o orçamento. O banco de sangue dava lucro. O raio x também. O paciente que tinha condições de pagar pagava, quem não tinha não pagava, e o tratamento era igual para todos.

Tudo era feito em parceria entre as freiras e a irmandade, sob a supervisão do diretor clínico e do provedor. Mas, como nada é perfeito neste mundo, de vez em quando surgiam pequenas crises. Certa feita, algumas “pessoas” que queriam tirar proveito do empreendimento fizeram um grande movimento para desestabilizar um ex-provedor, chegando a ameaçá-lo de morte. Por sorte, essa tentativa de boicote foi superada sem maiores infortúnios e a Santa Casa seguiu o rumo traçado pelos valorosos pioneiros até 22 de outubro de 1988, quando o contrato com a Ordem das Irmãs Missionárias do Sagrado Coração de Jesus foi rompido.

Com o fim do contrato, o compromisso assumido pela irmandade da Santa Casa em 1953 deixou de ser cumprido. O nepotismo e a politicagem começaram a fazer história. E, ao que parece, o resultado disso foi o início da decadência que culminou na intervenção feita em 5 de setembro de 2003. Aqui encerro a narrativa extraída do texto Um pouco da história da Santa Casa. Entretanto, do longínquo ano de 2003 aos dias atuais, muita água passou debaixo da ponte. Vejamos.

Com o decorrer do tempo, as dificuldades na Santa Casa só aumentariam. Ocorreriam outras intervenções do poder público municipal e seriam realizadas algumas campanhas filantrópicas para evitar que a instituição fosse fechada. Para piorar, em 2011, por ser inconstitucional (como este humilde articulista já havia afirmado no texto Praças, Santa Casa e cinema, também publicado em 2003), foi revogada a Lei Municipal 210/61 que garantia a destinação do adicional de 10% dos impostos municipais à casa de saúde. Felizmente, novos personagens se tornariam protagonistas na luta contra o fechamento da Santa Casa e por uma saúde pública de qualidade em Adamantina.

Em janeiro de 2018, após grande esforço de autoridades do Poder Judiciário e do Ministério Público locais, a Santa Casa passou a ser administrada pela Associação Lar São Francisco de Assis na Providência de Deus. A gestão dos freis franciscanos melhorou/humanizou o atendimento à população e isso fez com que em janeiro de 2022 a Santa Casa fosse incorporada definitivamente à Associação Lar São Francisco de Assis na Providência de Deus. Com a incorporação, a entidade passou a ser denominada Santa Casa de Misericórdia de Adamantina na Providência de Deus.

Sempre lembrando que em 2015, enquanto a Santa Casa passava por uma das suas maiores crises financeiras, a FAl conquistava o curso de medicina. Isso gerou a expectativa de que em quatros anos a saúde pública mudaria da água para o vinho em Adamantina. Afinal de contas, o Internato Médico, obrigatório no curso de medicina, seria iniciado em janeiro de 2020 e iria ser um divisor de águas na saúde pública na cidade. No entanto, o internato foi para Araçatuba. Em seguida, para São Carlos.

No final de 2023, o Poder Judiciário, em Adamantina, julgou procedente Ação Civil Pública, proposta pelo MPSP, e proibiu a renovação do Termo de Colaboração para Internato Médico, assinado entre a Irmandade da Santa Casa de Misericórdia de São Carlos e a FAI. A instituição recorreu da decisão e o caso tramita na justiça. Vale dizer que a FAl é uma autarquia municipal, criada em 1968, cuja mantenedora é a prefeitura de Adamantina. Traduzindo. Se um dia algo der errado com a instituição, o dinheiro para arcar com o prejuízo sairá dos cofres municipais, ou seja, do bolso dos adamantinenses.

Para encerrar, gostaria de fazer algumas perguntas à população da Cidade Joia. A Santa Casa e as unidades de saúde do município, mesmo com os grandes investimentos em infraestrutura dos últimos anos, não estão prontas para receber o Internato Médico? É justo a autarquia de uma cidade (que nasceu graças aos impostos pagos pelo povo desta cidade), investir na saúde da população de outra cidade? Por que o silêncio da mídia e dos pré-candidatos ao cargo de prefeito em torno de assunto tão importante? Existe alguma pressão corporativa impedindo que a discussão avance na sociedade adamantinense?

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Ônibus que transportava trabalhadores rurais tomba em Paranapanema

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Um ônibus que transportava trabalhadores rurais tombou na Estrada Rio Boi Branco do distrito Campos de Holambra, em Paranapanema (SP), na madrugada desta terça-feira (14).

Conforme uma das passageiras do ônibus, algumas pessoas foram socorridas e levadas até a UBS mais próxima pelo Serviço de Atendimento Móvel de Urgência (Samu). Outras foram levadas por motoristas que passavam pelo local e viram o veículo tombado.

De acordo com os Bombeiros, uma equipe chegou a ser acionada, mas a solicitação foi cancelada após o Samu adiantar o resgate.

Em nota, a Secretaria de Segurança Pública (SSP) também informou que o acidente aconteceu pois o motorista perdeu o controle da direção enquanto dirigia pela pista molhada. O ônibus transportava 42 passageiros, dos quais 14 se feriram.

Segundo os responsáveis pela UBS Onofre Leme de Almeida, ao menos 12 pessoas foram atendidas com ferimentos leves e outras duas precisaram ser transferidas devido a gravidade dos ferimentos para realizarem raio X.

O caso foi registrado como lesão corporal pela Delegacia de Paranapanema.

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Jovem morre em batida na estrada que liga Dumont a Ribeirão Preto

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Um jovem de 24 anos morreu em um acidente na tarde desta quarta-feira (15) na Rodovia Mário Donegá, entre Dumont (SP) e Ribeirão Preto (SP).

Segundo a Polícia Militar Rodoviária, o motorista do carro seguia no sentido Ribeirão-Dumont, quando teria invadido a pista contrária e batido de frente com o caminhão.

Com o impacto, o motorista foi projetado para fora do carro. De acordo com a polícia, a hipótese é que ele não usava o cinto de segurança no momento da batida. O caminhão só parou ao bater na defensa metálica.

O trecho é de pista simples e, de acordo com a polícia rodoviária, não é permitido ultrapassagem no local.

A perícia deve apontar as causas do acidente.

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