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ARTIGO: Santa Casa, FAl e Poder Judiciário

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Por: Nivaldo Londrina Martins do Nascimento (Mtb 35.079/SP.)

No dia 9 de setembro de 2003, publiquei, no jornal Diário do Oeste, o texto Um pouco da história da Santa Casa, onde contava a história da entidade, da sua idealização à intervenção municipal ocorrida no início daquele mês. Recordemos alguns trechos do antigo escrito. A Santa Casa foi fundada no dia 1 outubro de 1952 por um grupo de pessoas preocupadas com a saúde da população. Em 1953, esse grupo enviou à Câmara Municipal, por intermédio do vereador Antônio Andrade, proposta de criar um imposto de Cr$ 2,00 por pé de café, para começar a obra. A justificativa para o imposto era o fato da população rural ser o dobro da urbana.

Os cafeicultores não concordaram com a proposta, e o mesmo vereador apresentou um projeto de lei criando um adicional de 10% sobre os impostos municipais, cuja arrecadação seria transferida para a Santa Casa. Consultados, os adamantinenses aprovaram o novo tributo, e assim nasceu a Lei Municipal 238/53. Em outubro de 1957, o prédio foi concluído e o Governo do Estado enviou os equipamentos para a Santa Casa funcionar. Faltava contratar o pessoal administrativo. Depois de muita insistência da Irmandade da Santa Casa (formada pelos seus idealizadores), o Bispo da Diocese de Marilia, Dom Hugo Bressane de Araújo, designou uma equipe de freiras da Ordem das Irmãs Missionárias do Sagrado Coração de Jesus para administrar a casa de saúde.

Em 7 de dezembro de 1957, finalmente aconteceu a inauguração da Santa Casa, com as irmãs missionarias assumindo a administração da entidade. Todas tinham curso superior nas áreas que atuariam e nada receberiam por seus serviços. Havia ainda um compromisso assumido pela Irmandade em 1953 que impedia o nepotismo e a politicagem na Santa Casa. O adicional de 10%, destinado à construção do prédio, pela Lei Municipal 210/61, passaria a ser permanente. Convênios com os governos estadual e federal, e muito controle e austeridade complementavam o orçamento. O banco de sangue dava lucro. O raio x também. O paciente que tinha condições de pagar pagava, quem não tinha não pagava, e o tratamento era igual para todos.

Tudo era feito em parceria entre as freiras e a irmandade, sob a supervisão do diretor clínico e do provedor. Mas, como nada é perfeito neste mundo, de vez em quando surgiam pequenas crises. Certa feita, algumas “pessoas” que queriam tirar proveito do empreendimento fizeram um grande movimento para desestabilizar um ex-provedor, chegando a ameaçá-lo de morte. Por sorte, essa tentativa de boicote foi superada sem maiores infortúnios e a Santa Casa seguiu o rumo traçado pelos valorosos pioneiros até 22 de outubro de 1988, quando o contrato com a Ordem das Irmãs Missionárias do Sagrado Coração de Jesus foi rompido.

Com o fim do contrato, o compromisso assumido pela irmandade da Santa Casa em 1953 deixou de ser cumprido. O nepotismo e a politicagem começaram a fazer história. E, ao que parece, o resultado disso foi o início da decadência que culminou na intervenção feita em 5 de setembro de 2003. Aqui encerro a narrativa extraída do texto Um pouco da história da Santa Casa. Entretanto, do longínquo ano de 2003 aos dias atuais, muita água passou debaixo da ponte. Vejamos.

Com o decorrer do tempo, as dificuldades na Santa Casa só aumentariam. Ocorreriam outras intervenções do poder público municipal e seriam realizadas algumas campanhas filantrópicas para evitar que a instituição fosse fechada. Para piorar, em 2011, por ser inconstitucional (como este humilde articulista já havia afirmado no texto Praças, Santa Casa e cinema, também publicado em 2003), foi revogada a Lei Municipal 210/61 que garantia a destinação do adicional de 10% dos impostos municipais à casa de saúde. Felizmente, novos personagens se tornariam protagonistas na luta contra o fechamento da Santa Casa e por uma saúde pública de qualidade em Adamantina.

Em janeiro de 2018, após grande esforço de autoridades do Poder Judiciário e do Ministério Público locais, a Santa Casa passou a ser administrada pela Associação Lar São Francisco de Assis na Providência de Deus. A gestão dos freis franciscanos melhorou/humanizou o atendimento à população e isso fez com que em janeiro de 2022 a Santa Casa fosse incorporada definitivamente à Associação Lar São Francisco de Assis na Providência de Deus. Com a incorporação, a entidade passou a ser denominada Santa Casa de Misericórdia de Adamantina na Providência de Deus.

Sempre lembrando que em 2015, enquanto a Santa Casa passava por uma das suas maiores crises financeiras, a FAl conquistava o curso de medicina. Isso gerou a expectativa de que em quatros anos a saúde pública mudaria da água para o vinho em Adamantina. Afinal de contas, o Internato Médico, obrigatório no curso de medicina, seria iniciado em janeiro de 2020 e iria ser um divisor de águas na saúde pública na cidade. No entanto, o internato foi para Araçatuba. Em seguida, para São Carlos.

No final de 2023, o Poder Judiciário, em Adamantina, julgou procedente Ação Civil Pública, proposta pelo MPSP, e proibiu a renovação do Termo de Colaboração para Internato Médico, assinado entre a Irmandade da Santa Casa de Misericórdia de São Carlos e a FAI. A instituição recorreu da decisão e o caso tramita na justiça. Vale dizer que a FAl é uma autarquia municipal, criada em 1968, cuja mantenedora é a prefeitura de Adamantina. Traduzindo. Se um dia algo der errado com a instituição, o dinheiro para arcar com o prejuízo sairá dos cofres municipais, ou seja, do bolso dos adamantinenses.

Para encerrar, gostaria de fazer algumas perguntas à população da Cidade Joia. A Santa Casa e as unidades de saúde do município, mesmo com os grandes investimentos em infraestrutura dos últimos anos, não estão prontas para receber o Internato Médico? É justo a autarquia de uma cidade (que nasceu graças aos impostos pagos pelo povo desta cidade), investir na saúde da população de outra cidade? Por que o silêncio da mídia e dos pré-candidatos ao cargo de prefeito em torno de assunto tão importante? Existe alguma pressão corporativa impedindo que a discussão avance na sociedade adamantinense?

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ARTIGO: BONS E VELHOS TEMPOS DO “DE.COM” NAS PAREDES ALVAS…

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“A memória guardará o que valer a pena. A memória sabe de mim mais que eu; e ela não perde o que merece ser salvo.” (Eduardo Galeano)

Para IGOR P. e IEDA B., dedico!

By seb@r.

 

Não sei ao certo quantas imagens fotográficas existem nos meus arquivos analógico (fotos) e digital, porém, posso registrar que são centenas de imagens dos muitos desencontros nos quais estive presente para isto ou aquilo, ainda, sem mais e sem menos…

Também, como sempre escrevo ou reforço nas minhas conversas deste ou do outro lado, “não me arrependo das minhas escolhas nisto ou naquilo, porém, me arrependo das escolhas que não foram feitas por causa disto ou daquilo…”

Se estou lembrando aqui, acredito que foram mais de 5 anos como COORDENADOR DO DE.COM, ou seja, DEPARTAMENTO DE COMUNICAÇÃO das PAREDES ALVAS, além de outros cargos e funções deliberadas por meio de Portarias pelo DIRETOR GERAL daquele outro tempo do tempo…

Assim, nestes anos de envolvimento em diversas atividades promovidas e executadas pela Instituição por meio do apoio do DE.COM, pode-se registrar que foram muitos os desencontros realizados em todas as áreas de atuação da Instituição e assim por diante…

Como escrevi acima, existem muitos registros fotográficos para tais comprovações, ainda, são registros que trazem o passado institucional para o presente em busca das muitas reflexões sobre aquele período e ponto quase final…

Deve-se, como sempre, reconhecer que tais atividades foram realizadas em EQUIPE, ou seja, pelos docentes dos cursos de JORNALISMO E PUBLICIDADE & PROPAGANDA e sempre com apoio da DIREÇÃO GERAL e colaboração de outros Departamentos afins aos objetivos dos projetos e outros…

Não tem como ficar distantes destas realizações que marcaram aqueles anos de contribuição acadêmica nas áreas do ENSINO, da PESQUISA e da EXTENSÃO pela EQUIPE DO DEPARTANTO DE COMUNICAÇÃO (DE.COM)…

Neste período, também, foram realizados muitos desencontros além das PAREDES ALVAS para uma aproximação entre docentes e discentes, afinal de contas, cada qual sabe pra onde poderia ir sem isto ou aquilo…

Não tem como citar nomes destes docentes ou discentes, até mesmo, funcionários/as que participaram destas atividades visando sempre o denominado “bem comum”, isso considerando que existia certa “cumplicidade” entre os/as participantes…

Tais recordações são necessárias neste NOVO TEMPO NOVO, tendo em vista que muitas pessoas que estiveram presentes neste período não estão mais neste TEMPO DO TEMPO e outros/as foram embora por causa disto ou daquilo…

As lembranças são muitas e aparecem de vez em quando por aqui, talvez pra reforçar que um dia isso ocorreu naqueles lados das PAREDES ALVAS…

As fotos que são registros históricos deste VELHO TEMPO VELHO, porém, reforçam que naquele outro TEMPO DESTE MESMO TEMPO muitas atividades ocorreram neste ou naqueles “campi”…

QUEM PARTICIPOU DESTES MOMENTOS VAI RECORDAR ISTO OU AQUILO, AINDA, SEM MAIS E SEM MENOS…

 

e-mail: [email protected]

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Caminhão carregado com tomate tomba após bater em outro veículo de carga no centro-oeste paulista

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Nesta segunda-feira (13), dois acidentes envolvendo caminhões tombados foram registrados no centro-oeste paulista.

Segundo informações da Artesp, na Rodovia Raposo Tavares (SP-270), no km 439, em Assis (SP), o motorista de um caminhão que carregava caixas de tomates perdeu o controle após uma ultrapassagem e bateu em outro caminhão guincho que trafegava na primeira faixa da via.

Após a colisão o caminhão com carga de tomate tombou na pista, interditando momentaneamente a rodovia, que foi liberada por volta das 9h desta terça-feira (14).

Outro acidente

Também foi registrado outro veículo tombado, na Rodovia Miguel Jubran (SP-333), no km 439, em Florínea (SP), uma carreta trafegava no sentido oeste quando o condutor percebeu a movimentação da carga, logo em seguida a carreta tombou na pista, interditando a via.

O tráfego foi totalmente liberado na manhã desta terça-feira, também por volta das 9h.

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Mulher ateia fogo em marido após pedir que ele não saísse de casa no interior de SP

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Uma mulher colocou fogo no próprio marido após pedir que ele não saísse de casa nesta segunda-feira (13), em Lençóis Paulista (SP).

De acordo com o boletim de ocorrência, a esposa da vítima disse que não era para ela sair de casa, mas ele saiu. Ao retornar para a residência, a mulher jogou álcool na vítima dentro do carro e ateou fogo, impedindo também que ele saísse do veículo.

O homem estava acompanhado de uma testemunha, que acionou o serviço de socorro. A vítima foi encaminhada para a Unidade de Pronto Atendimento (UPA) de Lençóis Paulista (SP). O homem teve 80% do corpo queimado e está em estado grave.

A polícia faz buscas pela mulher, que ainda não foi localizada, e a vítima segue internada. A ocorrência foi registrada como tentativa de homicídio na delegacia do município.

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