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ARTIGO: As prefeituras e a questão do lixo

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Na maioria das cidades do planeta Terra, sejam elas grandes ou pequenas, existem governantes preocupados com a questão do destino final do lixo gerado pela população. Apesar dessa tendência mundial, o importante tema não está sendo tratado como deveria na maioria dos municípios da Nova Alta Paulista.

O lamentável descaso tem custado muito caro para a sociedade. Não só pelas altas taxas de limpeza pública, mas principalmente pela degradação ambiental existente em quase todos os lugares. Não é difícil encontrarmos lixo nas áreas verdes urbanas e às margens das estradas rurais. A omissão das prefeituras nesse assunto é antiga , e não vai acabar tão cedo. Vejamos alguns (maus) exemplos. 

Em 2015, percebendo que o aterro sanitário de Adamantina estava com a sua capacidade se esgotando, começamos cobrar, de forma contundente, por meio de artigos na imprensa (temos vários textos arquivados) providências da administração para adquirir uma área de terras para implantar um novo aterro sanitário no município. Infelizmente, fizeram ouvidos moucos aos nossos reclames. Resultado. Em 2019, o aterro sanitário foi interditado pelos órgãos ambientais estaduais.

Com a interdição, a prefeitura teve que contratar um aterro sanitário privado da cidade de Quatá para depositar o lixo urbano, a um custo mensal maior que o valor de um alqueire de terras na zona rural da Cidade Joia.  Pouco depois, uma empresa, também privada, colocava em funcionamento um novo aterro sanitário, no Bairro Aidelândia, em Adamantina. Hoje, além do dinheiro pago todo mês para essa empresa, está ficando em nosso município o passivo ambiental de várias cidades da região.

Dracena é outro município que vive momentos difíceis pelas sucessivas más gestões na questão do lixo. Lá como cá, por falta de planejamento, a prefeitura está gastando em torno de 150 mil reais ao mês para depositar o lixo domiciliar no aterro sanitário privado de Adamantina. Como solução para este problema, no mês passado, o prefeito André Lemos enviou ao Poder Legislativo um pedido de autorização para contrair um empréstimo de R$ 31 milhões, por meio do Programa Desenvolve SP, para adquirir uma usina de pirólise (a palavra vem do grego pyrós/fogo + lýsis/dissolução) para o tratamento do lixo gerado na cidade.

Segundo explicações de agentes políticos e de pessoas próximas ao prefeito de Dracena, a pretendida usina de pirólise, além de resolver a questão do lixo, geraria receitas financeiras em energia elétrica e outros produtos, suficientes para pagar as parcelas do financiamento pretendido, o que seria um ótimo negócio para o município e, claro, para o meio ambiente. Com isso, os vereadores da base governista não pensaram duas vezes para concordar com o projeto do chefe do Poder Executivo.

Entretanto, os parlamentares independentes (Célio A. Ferregutti, Julio Cesar M. da Silva, Rodrigo R. Parra e Victor Silva A. Palhares) agindo com o bom-senso que um tema de tamanha magnitude exige, foram a campo pesquisar sobre a viabilidade do projeto. Não encontrando muita coisa que justificasse o alto investimento, numa última tentativa de evitar que o município contraísse uma divida milionária em algo que pode dar errado, os citados edis propuseram uma audiência pública para que a população desse a palavra final sobre o assunto; pois, de um jeito ou de outro, é do bolso do povo que vai sair o dinheiro para pagar a conta.

A democrática audiência pública, como esperado, não prosperou, e o pedido de autorização para o vultuoso empréstimo foi aprovado pelos vereadores governistas. Resta saber se o município tem saúde financeira e capacidade de endividamento suficiente para atender as regras do Programa Desenvolve SP. Ao que parece, apontamentos do TCE indicam que não.

Mesmo assim, ainda existe uma alternativa para o prefeito colocar em prática a sua brilhante ideia. Propor uma parceria com a empresa que comercializa o maquinário usado na inovadora técnica, onde a prefeitura forneceria a matéria prima (lixo) e os empresários ficariam com o dinheiro obtido pela venda da energia e dos outros produtos gerados pelo lucrativo sistema de tratamento de lixo. Nada mais justo. Ganharia a empresa, e ganharia o contribuinte dracenense.

Por fim, uma pergunta. Sendo o lixo urbano um problema da maioria das cidades da região, será que não passou da hora da AMNAP (Associação dos Municípios da Nova Alta Paulista) buscar uma solução coletiva para a importante questão?

 

 

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ARTIGO: Santa Casa, FAl e Poder Judiciário

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Por: Nivaldo Londrina Martins do Nascimento (Mtb 35.079/SP.)

No dia 9 de setembro de 2003, publiquei, no jornal Diário do Oeste, o texto Um pouco da história da Santa Casa, onde contava a história da entidade, da sua idealização à intervenção municipal ocorrida no início daquele mês. Recordemos alguns trechos do antigo escrito. A Santa Casa foi fundada no dia 1 outubro de 1952 por um grupo de pessoas preocupadas com a saúde da população. Em 1953, esse grupo enviou à Câmara Municipal, por intermédio do vereador Antônio Andrade, proposta de criar um imposto de Cr$ 2,00 por pé de café, para começar a obra. A justificativa para o imposto era o fato da população rural ser o dobro da urbana.

Os cafeicultores não concordaram com a proposta, e o mesmo vereador apresentou um projeto de lei criando um adicional de 10% sobre os impostos municipais, cuja arrecadação seria transferida para a Santa Casa. Consultados, os adamantinenses aprovaram o novo tributo, e assim nasceu a Lei Municipal 238/53. Em outubro de 1957, o prédio foi concluído e o Governo do Estado enviou os equipamentos para a Santa Casa funcionar. Faltava contratar o pessoal administrativo. Depois de muita insistência da Irmandade da Santa Casa (formada pelos seus idealizadores), o Bispo da Diocese de Marilia, Dom Hugo Bressane de Araújo, designou uma equipe de freiras da Ordem das Irmãs Missionárias do Sagrado Coração de Jesus para administrar a casa de saúde.

Em 7 de dezembro de 1957, finalmente aconteceu a inauguração da Santa Casa, com as irmãs missionarias assumindo a administração da entidade. Todas tinham curso superior nas áreas que atuariam e nada receberiam por seus serviços. Havia ainda um compromisso assumido pela Irmandade em 1953 que impedia o nepotismo e a politicagem na Santa Casa. O adicional de 10%, destinado à construção do prédio, pela Lei Municipal 210/61, passaria a ser permanente. Convênios com os governos estadual e federal, e muito controle e austeridade complementavam o orçamento. O banco de sangue dava lucro. O raio x também. O paciente que tinha condições de pagar pagava, quem não tinha não pagava, e o tratamento era igual para todos.

Tudo era feito em parceria entre as freiras e a irmandade, sob a supervisão do diretor clínico e do provedor. Mas, como nada é perfeito neste mundo, de vez em quando surgiam pequenas crises. Certa feita, algumas “pessoas” que queriam tirar proveito do empreendimento fizeram um grande movimento para desestabilizar um ex-provedor, chegando a ameaçá-lo de morte. Por sorte, essa tentativa de boicote foi superada sem maiores infortúnios e a Santa Casa seguiu o rumo traçado pelos valorosos pioneiros até 22 de outubro de 1988, quando o contrato com a Ordem das Irmãs Missionárias do Sagrado Coração de Jesus foi rompido.

Com o fim do contrato, o compromisso assumido pela irmandade da Santa Casa em 1953 deixou de ser cumprido. O nepotismo e a politicagem começaram a fazer história. E, ao que parece, o resultado disso foi o início da decadência que culminou na intervenção feita em 5 de setembro de 2003. Aqui encerro a narrativa extraída do texto Um pouco da história da Santa Casa. Entretanto, do longínquo ano de 2003 aos dias atuais, muita água passou debaixo da ponte. Vejamos.

Com o decorrer do tempo, as dificuldades na Santa Casa só aumentariam. Ocorreriam outras intervenções do poder público municipal e seriam realizadas algumas campanhas filantrópicas para evitar que a instituição fosse fechada. Para piorar, em 2011, por ser inconstitucional (como este humilde articulista já havia afirmado no texto Praças, Santa Casa e cinema, também publicado em 2003), foi revogada a Lei Municipal 210/61 que garantia a destinação do adicional de 10% dos impostos municipais à casa de saúde. Felizmente, novos personagens se tornariam protagonistas na luta contra o fechamento da Santa Casa e por uma saúde pública de qualidade em Adamantina.

Em janeiro de 2018, após grande esforço de autoridades do Poder Judiciário e do Ministério Público locais, a Santa Casa passou a ser administrada pela Associação Lar São Francisco de Assis na Providência de Deus. A gestão dos freis franciscanos melhorou/humanizou o atendimento à população e isso fez com que em janeiro de 2022 a Santa Casa fosse incorporada definitivamente à Associação Lar São Francisco de Assis na Providência de Deus. Com a incorporação, a entidade passou a ser denominada Santa Casa de Misericórdia de Adamantina na Providência de Deus.

Sempre lembrando que em 2015, enquanto a Santa Casa passava por uma das suas maiores crises financeiras, a FAl conquistava o curso de medicina. Isso gerou a expectativa de que em quatros anos a saúde pública mudaria da água para o vinho em Adamantina. Afinal de contas, o Internato Médico, obrigatório no curso de medicina, seria iniciado em janeiro de 2020 e iria ser um divisor de águas na saúde pública na cidade. No entanto, o internato foi para Araçatuba. Em seguida, para São Carlos.

No final de 2023, o Poder Judiciário, em Adamantina, julgou procedente Ação Civil Pública, proposta pelo MPSP, e proibiu a renovação do Termo de Colaboração para Internato Médico, assinado entre a Irmandade da Santa Casa de Misericórdia de São Carlos e a FAI. A instituição recorreu da decisão e o caso tramita na justiça. Vale dizer que a FAl é uma autarquia municipal, criada em 1968, cuja mantenedora é a prefeitura de Adamantina. Traduzindo. Se um dia algo der errado com a instituição, o dinheiro para arcar com o prejuízo sairá dos cofres municipais, ou seja, do bolso dos adamantinenses.

Para encerrar, gostaria de fazer algumas perguntas à população da Cidade Joia. A Santa Casa e as unidades de saúde do município, mesmo com os grandes investimentos em infraestrutura dos últimos anos, não estão prontas para receber o Internato Médico? É justo a autarquia de uma cidade (que nasceu graças aos impostos pagos pelo povo desta cidade), investir na saúde da população de outra cidade? Por que o silêncio da mídia e dos pré-candidatos ao cargo de prefeito em torno de assunto tão importante? Existe alguma pressão corporativa impedindo que a discussão avance na sociedade adamantinense?

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Ônibus que transportava trabalhadores rurais tomba em Paranapanema

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Um ônibus que transportava trabalhadores rurais tombou na Estrada Rio Boi Branco do distrito Campos de Holambra, em Paranapanema (SP), na madrugada desta terça-feira (14).

Conforme uma das passageiras do ônibus, algumas pessoas foram socorridas e levadas até a UBS mais próxima pelo Serviço de Atendimento Móvel de Urgência (Samu). Outras foram levadas por motoristas que passavam pelo local e viram o veículo tombado.

De acordo com os Bombeiros, uma equipe chegou a ser acionada, mas a solicitação foi cancelada após o Samu adiantar o resgate.

Em nota, a Secretaria de Segurança Pública (SSP) também informou que o acidente aconteceu pois o motorista perdeu o controle da direção enquanto dirigia pela pista molhada. O ônibus transportava 42 passageiros, dos quais 14 se feriram.

Segundo os responsáveis pela UBS Onofre Leme de Almeida, ao menos 12 pessoas foram atendidas com ferimentos leves e outras duas precisaram ser transferidas devido a gravidade dos ferimentos para realizarem raio X.

O caso foi registrado como lesão corporal pela Delegacia de Paranapanema.

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Jovem morre em batida na estrada que liga Dumont a Ribeirão Preto

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Um jovem de 24 anos morreu em um acidente na tarde desta quarta-feira (15) na Rodovia Mário Donegá, entre Dumont (SP) e Ribeirão Preto (SP).

Segundo a Polícia Militar Rodoviária, o motorista do carro seguia no sentido Ribeirão-Dumont, quando teria invadido a pista contrária e batido de frente com o caminhão.

Com o impacto, o motorista foi projetado para fora do carro. De acordo com a polícia, a hipótese é que ele não usava o cinto de segurança no momento da batida. O caminhão só parou ao bater na defensa metálica.

O trecho é de pista simples e, de acordo com a polícia rodoviária, não é permitido ultrapassagem no local.

A perícia deve apontar as causas do acidente.

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