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Morre Orlando Drummond, o Seu Peru da ‘Escolinha’

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Orlando Drummond morreu nesta terça, 27, aos 101 anos de idade. Causa da morte não foi divulgada. Com quase seis décadas de carreira como dublador, emprestou sua voz a personagens marcantes como Scooby-Doo, Popeye e Alf, o Eteimoso. Como ator, ficou eternizado como o personagem Seu Peru, da Escolinha do Professor Raimundo.

Início no rádio

Drummond nasceu em 18 de outubro de 1919, no bairro de Todos os Santos, zona norte do Rio de Janeiro, sendo o sétimo filho de seu pai, Arthur Candido Cardoso, e o quinto de sua mãe, Alcinda Drummond. Começou a trabalhar em um negócio da família, como entregador no armazém de um tio, aos 13 anos.

Apenas em 1942 teve seu primeiro trabalho na rádio, uma de suas paixões. A vaga, oferecida por Olavo de Barros, era para ser contrarregra na Rádio Tupi. A data costumava ser lembrada por Orlando Drummond: uma sexta-feira 13, em agosto de 1942. A convite de Paulo Gracindo, a quem sempre considerou como “guru”, fez dois testes como ator. O primeiro com um pequeno papel dramático, sem sucesso. O segundo, já abordando sua veia cômica, tinha apenas uma frase, “Está bem, doutor!”, que conseguiu errar, acrescentando uma letra “R” antes das letras “T”.

Ainda com apoio de Barros e Gracindo, Drummond conseguiu emplacar algumas pontas mais bem-sucedidas em seis episódios do Grande Theatro Eucalol (à época, era comum empresas patrocinarem atrações na rádio, o que ocorreria posteriormente também na TV).

Entre os personagens de destaque no início de sua carreira, Orlando Drummond interpretou Fifico Papoula – o primeiro de trejeitos afeminados, como outros tantos que faria – no Rádio Sequência G-3. Em 1952, deu vida a Enxolino Sacoso no programa Um Dia na Feira. Em 1953, surgiu o índio Taco, dupla de Pataco (Otávio França), do humorístico Uma Pulga na Camisola, que foi ao ar na rádio e na TV Tupi. Nos anos 2000, Pataco e Taco retornaram ao ar, desta vez no Zorra Total, da Globo, com Paulo Silvino no lugar de França. “Nem acreditei quando o Maurício Sherman ligou para me convidar para voltar com o quadro. Antes de responder o ‘sim’, eu só falava no telefone: ‘Pezinho pra frente! Pezinho pra trás!”, lembrava Drummond, destacando o bordão do personagem.

A entrada na televisão

Em 1956, na TV Tupi, participou de Ali Babá e os Quarenta Garçons, como Crooner e também como o estereotipado japonês Tacanacuca. Ele ainda fez o Hotel da Sucessão e Marmelândia, o País das Maravilhas. Com os investimentos feitos na televisão, muitas demissões ocorriam na rádio da emissora, o que acabava sobrecarregando parte dos artistas. Sem se sentir valorizado pela direção e sem receber os salários em dia, Drummond decidiu ir para a rádio Mayrink Veiga, como ensaiador e diretor. À época, havia um acordo com a Tupi, então parte de seus conteúdos continuavam indo ao ar nas ondas da antiga casa.

Entre 1963 e 1964 se destacou com a imitação de Jânio Quadros nos Espetáculos Tonelux (loja de eletrodomésticos que patrocinava uma atração na TV Tupi). O próprio Orlando, que simpatizava com o político, não aprovava a paródia bêbada do político: “Não é minha responsabilidade a maneira de apresentar o programa, o personagem. Eu, como artista disciplinado, obedecia às marcações que o produtor preparava e dava minha melhor atuação”.

Nos anos 1970, ainda participou do Café sem Conserto e do infantil Pisulino na emissora. Aos 54 anos, com o tempo de trabalho necessário para se aposentar e com a possibilidade de se dedicar mais à dublagem, decidiu se desligar da Tupi em uma negociação amigável em 1974. Ele chegou a entrar na Justiça posteriormente, ganhando um processo por conta de dívidas e salários não pagos.

Chico Anysio e surgimento do Seu Peru

A parceria com Chico Anysio teve início em 1982, quando Drummond foi chamado para fazer pequenas participações no Chico Anysio Show, além de ser diretor de dublagem do quadro de Bruce Kane. Quatro anos depois, ganharia seu primeiro personagem fixo no programa, o Cachorro Jorge, um cão ‘malufista’, à época em que o governo de José Sarney tentava driblar a hiperinflação.

Em 1988, foi chamado para integrar o elenco da Escolinha do Professor Raimundo. Curiosamente, o personagem Seu Peru não foi criado pensando nele. O ator escalado originalmente realizou todos os testes e, num dos últimos ensaios antes das gravações, desistiu por receio da repercussão do personagem gay em sua carreira. Chico Anysio lembrou-se de outros personagens gays de Drummond, que ganhou uma chance e ficou.

Em 1992, com o programa sendo exibido durante a tarde, o personagem, considerado um “mal exemplo”, acabou saindo da atração, para tristeza de Drummond. O afastamento não durou muito, e logo ele retornou, permanecendo até o fim da atração, em 1995. Orlando relatava que chegou a receber proposta para fazer a Escolinha do Barulho, da Record, pouco depois, mas recusou.

Em 1998, recebeu o convite para participar do Zorra Total, que seria lançado em 2000. Desta vez, a Escolinha voltava como quadro, que acabou ganhando mais espaço na programação, mas durou apenas uma temporada, chegando ao fim em 2001. Após pedir ao diretor Maurício Sherman por mais oportunidades, fez diversas participações no humorístico nos anos seguintes.

Chico Anysio e Orlando Drummond ainda voltaram a se encontrar em 2010, no encontro entre os vampiros Bento Carneiro e Vamperu, e, pela última vez, no especial Chico e Amigos, em 2011 (Chico morreria no ano seguinte). Na ocasião, Seu Peru contracenou com o personagem Haroldo, o personal trainer que só atende homens.

Outros trabalhos na TV

Fora dos programas de Chico Anysio, Orlando Drummond teve um currículo breve na televisão nas décadas mais recentes. Em 1996, interpretou o Mago Zaratustra em alguns episódios do infantil Caça-Talentos, de Angélica. Em 2008, fez uma breve participação sem falas na novela Ciranda de Pedra, como um dos jurados do concurso Miss Suéter. No mesmo ano, esteve no episódio Terceira Praga do Egito, do Toma Lá, Dá Cá, em que viveu um fiscal de saúde pública, Aparício Le Bichon. Em 2009, já beirando os 90 anos de idade, foi o Livro de Todas as Respostas no especial Uma Noite no Castelo, de Renato Aragão. Em 13 de novembro de 2013, fez uma ponta no quadro O Baú do Baú do Fantástico, de Bruno Mazzeo, como um senador não identificado da Roma Antiga.

Aos 90 anos, com dificuldades de locomoção e alguns problemas de memória, começou a se afastar das telas. “Eu ainda conseguia decorar os textos, mas na hora de gravar me dava um branco. Por isso, eu mesmo tomei a decisão de conversar com o Maurício (Sherman) para reduzir as gravações”, dizia Drummond.

Teatro

Na década de 1990, aventurou-se no teatro, aproveitando o embalo do sucesso da Escolinha. Junto a Brandão Filho (Sandoval Quaresma), Marcos Plonka (Samuel Blaustein), Rogério Cardoso (Rolando Lero) e Zezé Macedo (Dona Bela), além de Anne Marie (uma suposta prima do Professor Raimundo), percorreu o Brasil com texto de José Sampaio fazendo algumas peças inspiradas no programa de TV. Muitas vezes, o contrato era feito por empresas, que acabavam levando referências em piadas. Uma segunda versão bastante semelhante, mas com mais tempo solo aos atores, foi feita na sequência, intitulada Seis com Vo…Cêis.

A rivalidade entre Seu Peru e o personagem Gaudêncio, de Ivon Curi, também rendeu outro espetáculo nos palcos, chamado A Santíssima Trindade. Nele, porém, não interpretava o personagem, mas sim cantava algumas músicas de cantores como Nat King Cole e Louis Armstrong, além de fazer brincadeiras com suas famosas dublagens. Com Nádia Maria e Tutuca, também encenou Expulsos da Escolinha.

Problemas de Saúde

Centenário, Orlando Drummond não teve histórico de grandes problemas de saúde durante a maior parte de sua velhice. Em 2015, começou a apresentar alguns quadros de tontura. No mesmo ano, sofreu um acidente em sua casa, fraturando quatro costelas e precisando ser internado. No ano seguinte, aos 96, sofreu uma queda de pressão e caiu da escada, fissurando o fêmur. Em abril de 2021, já aos 101 anos, o ator foi internado com um quadro grave de infecção urinária.

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ARTIGO: Santa Casa, FAl e Poder Judiciário

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Por: Nivaldo Londrina Martins do Nascimento (Mtb 35.079/SP.)

No dia 9 de setembro de 2003, publiquei, no jornal Diário do Oeste, o texto Um pouco da história da Santa Casa, onde contava a história da entidade, da sua idealização à intervenção municipal ocorrida no início daquele mês. Recordemos alguns trechos do antigo escrito. A Santa Casa foi fundada no dia 1 outubro de 1952 por um grupo de pessoas preocupadas com a saúde da população. Em 1953, esse grupo enviou à Câmara Municipal, por intermédio do vereador Antônio Andrade, proposta de criar um imposto de Cr$ 2,00 por pé de café, para começar a obra. A justificativa para o imposto era o fato da população rural ser o dobro da urbana.

Os cafeicultores não concordaram com a proposta, e o mesmo vereador apresentou um projeto de lei criando um adicional de 10% sobre os impostos municipais, cuja arrecadação seria transferida para a Santa Casa. Consultados, os adamantinenses aprovaram o novo tributo, e assim nasceu a Lei Municipal 238/53. Em outubro de 1957, o prédio foi concluído e o Governo do Estado enviou os equipamentos para a Santa Casa funcionar. Faltava contratar o pessoal administrativo. Depois de muita insistência da Irmandade da Santa Casa (formada pelos seus idealizadores), o Bispo da Diocese de Marilia, Dom Hugo Bressane de Araújo, designou uma equipe de freiras da Ordem das Irmãs Missionárias do Sagrado Coração de Jesus para administrar a casa de saúde.

Em 7 de dezembro de 1957, finalmente aconteceu a inauguração da Santa Casa, com as irmãs missionarias assumindo a administração da entidade. Todas tinham curso superior nas áreas que atuariam e nada receberiam por seus serviços. Havia ainda um compromisso assumido pela Irmandade em 1953 que impedia o nepotismo e a politicagem na Santa Casa. O adicional de 10%, destinado à construção do prédio, pela Lei Municipal 210/61, passaria a ser permanente. Convênios com os governos estadual e federal, e muito controle e austeridade complementavam o orçamento. O banco de sangue dava lucro. O raio x também. O paciente que tinha condições de pagar pagava, quem não tinha não pagava, e o tratamento era igual para todos.

Tudo era feito em parceria entre as freiras e a irmandade, sob a supervisão do diretor clínico e do provedor. Mas, como nada é perfeito neste mundo, de vez em quando surgiam pequenas crises. Certa feita, algumas “pessoas” que queriam tirar proveito do empreendimento fizeram um grande movimento para desestabilizar um ex-provedor, chegando a ameaçá-lo de morte. Por sorte, essa tentativa de boicote foi superada sem maiores infortúnios e a Santa Casa seguiu o rumo traçado pelos valorosos pioneiros até 22 de outubro de 1988, quando o contrato com a Ordem das Irmãs Missionárias do Sagrado Coração de Jesus foi rompido.

Com o fim do contrato, o compromisso assumido pela irmandade da Santa Casa em 1953 deixou de ser cumprido. O nepotismo e a politicagem começaram a fazer história. E, ao que parece, o resultado disso foi o início da decadência que culminou na intervenção feita em 5 de setembro de 2003. Aqui encerro a narrativa extraída do texto Um pouco da história da Santa Casa. Entretanto, do longínquo ano de 2003 aos dias atuais, muita água passou debaixo da ponte. Vejamos.

Com o decorrer do tempo, as dificuldades na Santa Casa só aumentariam. Ocorreriam outras intervenções do poder público municipal e seriam realizadas algumas campanhas filantrópicas para evitar que a instituição fosse fechada. Para piorar, em 2011, por ser inconstitucional (como este humilde articulista já havia afirmado no texto Praças, Santa Casa e cinema, também publicado em 2003), foi revogada a Lei Municipal 210/61 que garantia a destinação do adicional de 10% dos impostos municipais à casa de saúde. Felizmente, novos personagens se tornariam protagonistas na luta contra o fechamento da Santa Casa e por uma saúde pública de qualidade em Adamantina.

Em janeiro de 2018, após grande esforço de autoridades do Poder Judiciário e do Ministério Público locais, a Santa Casa passou a ser administrada pela Associação Lar São Francisco de Assis na Providência de Deus. A gestão dos freis franciscanos melhorou/humanizou o atendimento à população e isso fez com que em janeiro de 2022 a Santa Casa fosse incorporada definitivamente à Associação Lar São Francisco de Assis na Providência de Deus. Com a incorporação, a entidade passou a ser denominada Santa Casa de Misericórdia de Adamantina na Providência de Deus.

Sempre lembrando que em 2015, enquanto a Santa Casa passava por uma das suas maiores crises financeiras, a FAl conquistava o curso de medicina. Isso gerou a expectativa de que em quatros anos a saúde pública mudaria da água para o vinho em Adamantina. Afinal de contas, o Internato Médico, obrigatório no curso de medicina, seria iniciado em janeiro de 2020 e iria ser um divisor de águas na saúde pública na cidade. No entanto, o internato foi para Araçatuba. Em seguida, para São Carlos.

No final de 2023, o Poder Judiciário, em Adamantina, julgou procedente Ação Civil Pública, proposta pelo MPSP, e proibiu a renovação do Termo de Colaboração para Internato Médico, assinado entre a Irmandade da Santa Casa de Misericórdia de São Carlos e a FAI. A instituição recorreu da decisão e o caso tramita na justiça. Vale dizer que a FAl é uma autarquia municipal, criada em 1968, cuja mantenedora é a prefeitura de Adamantina. Traduzindo. Se um dia algo der errado com a instituição, o dinheiro para arcar com o prejuízo sairá dos cofres municipais, ou seja, do bolso dos adamantinenses.

Para encerrar, gostaria de fazer algumas perguntas à população da Cidade Joia. A Santa Casa e as unidades de saúde do município, mesmo com os grandes investimentos em infraestrutura dos últimos anos, não estão prontas para receber o Internato Médico? É justo a autarquia de uma cidade (que nasceu graças aos impostos pagos pelo povo desta cidade), investir na saúde da população de outra cidade? Por que o silêncio da mídia e dos pré-candidatos ao cargo de prefeito em torno de assunto tão importante? Existe alguma pressão corporativa impedindo que a discussão avance na sociedade adamantinense?

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Ônibus que transportava trabalhadores rurais tomba em Paranapanema

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Um ônibus que transportava trabalhadores rurais tombou na Estrada Rio Boi Branco do distrito Campos de Holambra, em Paranapanema (SP), na madrugada desta terça-feira (14).

Conforme uma das passageiras do ônibus, algumas pessoas foram socorridas e levadas até a UBS mais próxima pelo Serviço de Atendimento Móvel de Urgência (Samu). Outras foram levadas por motoristas que passavam pelo local e viram o veículo tombado.

De acordo com os Bombeiros, uma equipe chegou a ser acionada, mas a solicitação foi cancelada após o Samu adiantar o resgate.

Em nota, a Secretaria de Segurança Pública (SSP) também informou que o acidente aconteceu pois o motorista perdeu o controle da direção enquanto dirigia pela pista molhada. O ônibus transportava 42 passageiros, dos quais 14 se feriram.

Segundo os responsáveis pela UBS Onofre Leme de Almeida, ao menos 12 pessoas foram atendidas com ferimentos leves e outras duas precisaram ser transferidas devido a gravidade dos ferimentos para realizarem raio X.

O caso foi registrado como lesão corporal pela Delegacia de Paranapanema.

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Jovem morre em batida na estrada que liga Dumont a Ribeirão Preto

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Um jovem de 24 anos morreu em um acidente na tarde desta quarta-feira (15) na Rodovia Mário Donegá, entre Dumont (SP) e Ribeirão Preto (SP).

Segundo a Polícia Militar Rodoviária, o motorista do carro seguia no sentido Ribeirão-Dumont, quando teria invadido a pista contrária e batido de frente com o caminhão.

Com o impacto, o motorista foi projetado para fora do carro. De acordo com a polícia, a hipótese é que ele não usava o cinto de segurança no momento da batida. O caminhão só parou ao bater na defensa metálica.

O trecho é de pista simples e, de acordo com a polícia rodoviária, não é permitido ultrapassagem no local.

A perícia deve apontar as causas do acidente.

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