Uma breve análise do atual cenário que permeia as discussões nas redes sociais
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“Uma discussão prolongada significa que ambas as partes estão erradas.”
Voltaire
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Nos últimos tempos, as redes sociais se tornaram verdadeiros palcos de intermináveis e absurdas polarizações políticas para este ou aquele político e/ou partido, bandeira, movimento social (ou contra), projeto de lei, etc. Confesso que, em diversos momentos por esta ou aquela postagem, surgem os mais diversos personagens em minha (ou mesmo na sua) página com os mesmos jargões de sempre. Na grande maioria das vezes, a discussão que deveria ocorrer de forma saudável e proveitosa para os diversos lados, acaba dando lugar às brigas homéricas que nunca findam.
Infelizmente, isso só está piorando, a internet mesmo com todas as legislações que nos protegem, está se tornando o que muitos temiam, uma “terra de ninguém”. Desta forma, acabam surgindo os pseudo-intelectuais que almejam “apenas a sua forma” de entender e fazer todas as coisas. E tem para todos os campos, tem os que “entendem de política”, “os médicos de plantão”, os técnicos de futebol, os sacerdotes das mais diferentes religiões e até mesmo peritos e especialistas em segurança pública.
Isso tudo me fez lembrar de quão bom era o saudoso “Orkut”, por lá você também via todos os seus colegas, também colocava as suas fotos, fazia parte das comunidades que gostava, ganhava textos enormes de depoimentos dos seus melhores amigos e ainda ía para uma colheita feliz. É claro que isso tudo é brincadeira pessoal! Mas, se pararmos para pensar um pouquinho, não haviam tantas discussões e brigas naquela época, este é um fenômeno bem recente.
Muitas vezes na expectativa de anonimato, motivados por um comportamento grupal, ou mesmo por defesa de uma determinada ideologia, os conflitos acabam tomando proporções mais sérias nas redes sociais. E como já mencionado, há diversas legislações que versam sobre este ou aquele comportamento indevido ou ofensivo.
Enfim, o que percebo realmente nas atuais redes sociais é a grande falta de urbanidade e respeito para com outro. Discussões sobre política, religião e futebol, existem e sempre existirão, cabe a cada um, saber o momento de escutar e o momento de falar, de pontuar, de questionar e de expor a sua versão, sem se esquecer de uma coisinha chamada “alteridade”, percebendo que dois, três, quatro ou mais pontos de vista, podem sim existir e não precisam ser necessariamente igual ao seu.
Tiago Rafael dos Santos Alves
Professor e Historiador
Membro Correspondente da ACL
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