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Cientistas questionam estratégia de distribuição de vacina proposta pela OMS

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Dezenove especialistas em ética e saúde global do mundo todo questionam o modelo de distribuição de  vacinas contra a Covid-19 proposto pela Organização Mundial da Saúde (OMS). Os autores oferecem uma nova proposta, publicada em um artigo na revista Science, nesta quinta-feira (3).

O plano de distribuição indicado pela OMS prevê que os países recebam doses proporcionais às populações. Ele começa com cada país recebendo vacinas para 3% da população e continua com o fornecimento proporcional até que cada um tenha vacinado 20% de seus cidadãos.

Os autores do estudo ponderam, no entanto, que essa estratégia é falha, uma vez que países igualmente populosos estão enfrentando níveis drasticamente diferentes de morte e de impactos econômicos devido à pandemia. De acordo com os pesquisadores, o plano “pressupõe erroneamente que a igualdade exige o tratamento idêntico de países situados de forma diferente, em vez de responder equitativamente às suas diferentes necessidades”.

“A ideia de distribuir vacinas de acordo com a população parece ser uma estratégia justa, mas normalmente fazemos as distribuições com base na gravidade do sofrimento em determinado local e, neste caso, argumentamos que a medida primária do sofrimento deveria ser o número de mortes prematuras que uma vacina evitaria”, explica Ezekiel J. Emanuel, vice-reitor de Iniciativas Globais e presidente de Ética Médica e Política de Saúde da Escola de Medicina Perelman da Universidade da Pensilvânia, que lidera o estudo.

Os autores também se opõem a um plano — recomendado por alguns especialistas — que priorizaria os países de acordo com o número de profissionais de saúde na linha de frente, e com a proporção da população com mais alto risco, como aqueles com mais de 65 anos e pessoas com comorbidades. Esse tipo de estratégia poderia acentuar as desigualdades, uma vez que os países de renda baixa e média têm uma população idosa menor e uma proporção reduzida de profissionais de saúde em comparação com os países de renda mais alta.

Eles apontam também que dar enfoque à imunização de profissionais de saúde que já têm acesso a equipamentos de proteção individual e outros métodos avançados de prevenção provavelmente não reduziria significativamente os danos em países de renda mais alta. E afirmam, ainda, que o enfoque na vacinação de países com populações mais velhas não diminuiria, necessariamente, a disseminação do vírus .

Modelo de Prioridade Justa

Para os pesquisadores, a distribuição da vacina contra a Covid-19 entre os países deve ser baseada em três valores fundamentais: beneficiar as pessoas e limitar os danos, priorizar os desfavorecidos e dar igual consideração moral a todos os indivíduos.

Para isso, elaboraram um plano de três fases, que oferece uma maneira prática “de cumprir as promessas de distribuir as vacinas de maneira justa e equitativa”.

A fase 1 do modelo proposto foca a redução de mortes prematuras e outros danos irreversíveis na saúde. Inicialmente, seriam priorizados os países que teriam a maior melhora da expectativa de vida a cada dose de vacina recebida.

A fase 2 visa a redução de privações econômicas e sociais, como o fechamento de escolas e negócios não essenciais. Nesse momento, seriam priorizados também os países que iriam reduzir mais a pobreza e evitariam maior perda de renda nacional bruta a cada dose da vacina.

O enfoque da fase 3 é a redução da transmissão na comunidade. Nesse momento, os países com maiores taxas de transmissão seriam priorizados inicialmente, mas todos devem eventualmente receber uma quantidade de vacina suficiente para interromper a transmissão — para isso, provavelmente será necessário que entre 60% e 70% da população esteja imune.

Os autores explicam que as métricas propostas como base para cada fase são usadas rotineiramente na saúde global, e usá-las para planejar a distribuição de vacinas “irá encorajar a coleta e relatórios de dados precisos sobre mudanças na mortalidade e pobreza relacionadas à Covid-19”.

Nacionalismo da vacina

O artigo destaca que, em alguns países, o sentimento público em relação à retenção de vacinas desenvolvidas em suas fronteiras são fortes, e muitos governos também tentarão obter vacinas produzidas em outros locais. Os autores defendem, no entanto, que uma estrutura ética tem ampla relevância, mesmo em face a atitudes nacionalistas.

Apesar de existir um esforço global de financiamento e distribuição da vacina contra o coronavírus, a Covax, muitos países já asseguraram doses para suas populações, de forma individual. Nesta terça-feira, o presidente norte-americano Donald Trump afirmou que os Estados Unidos ficarão de fora da aliança liderada pela OMS .

Os autores afirmam, ainda, que os governos têm responsabilidades internacionais para ajudar a satisfazer necessidades como cuidados básicos de saúde, especialmente em uma emergência de saúde global. Eles propõem a identificação de um limite: que mesmo entre os defensores da parcialidade nacional não seja retida uma quantidade maior da vacina do que a necessária para manter a taxa de contágio (Rt) abaixo de 1. A taxa indica para quantas pessoas, em média, cada infectado transmite o vírus.

 

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ARTIGO: Santa Casa, FAl e Poder Judiciário

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Por: Nivaldo Londrina Martins do Nascimento (Mtb 35.079/SP.)

No dia 9 de setembro de 2003, publiquei, no jornal Diário do Oeste, o texto Um pouco da história da Santa Casa, onde contava a história da entidade, da sua idealização à intervenção municipal ocorrida no início daquele mês. Recordemos alguns trechos do antigo escrito. A Santa Casa foi fundada no dia 1 outubro de 1952 por um grupo de pessoas preocupadas com a saúde da população. Em 1953, esse grupo enviou à Câmara Municipal, por intermédio do vereador Antônio Andrade, proposta de criar um imposto de Cr$ 2,00 por pé de café, para começar a obra. A justificativa para o imposto era o fato da população rural ser o dobro da urbana.

Os cafeicultores não concordaram com a proposta, e o mesmo vereador apresentou um projeto de lei criando um adicional de 10% sobre os impostos municipais, cuja arrecadação seria transferida para a Santa Casa. Consultados, os adamantinenses aprovaram o novo tributo, e assim nasceu a Lei Municipal 238/53. Em outubro de 1957, o prédio foi concluído e o Governo do Estado enviou os equipamentos para a Santa Casa funcionar. Faltava contratar o pessoal administrativo. Depois de muita insistência da Irmandade da Santa Casa (formada pelos seus idealizadores), o Bispo da Diocese de Marilia, Dom Hugo Bressane de Araújo, designou uma equipe de freiras da Ordem das Irmãs Missionárias do Sagrado Coração de Jesus para administrar a casa de saúde.

Em 7 de dezembro de 1957, finalmente aconteceu a inauguração da Santa Casa, com as irmãs missionarias assumindo a administração da entidade. Todas tinham curso superior nas áreas que atuariam e nada receberiam por seus serviços. Havia ainda um compromisso assumido pela Irmandade em 1953 que impedia o nepotismo e a politicagem na Santa Casa. O adicional de 10%, destinado à construção do prédio, pela Lei Municipal 210/61, passaria a ser permanente. Convênios com os governos estadual e federal, e muito controle e austeridade complementavam o orçamento. O banco de sangue dava lucro. O raio x também. O paciente que tinha condições de pagar pagava, quem não tinha não pagava, e o tratamento era igual para todos.

Tudo era feito em parceria entre as freiras e a irmandade, sob a supervisão do diretor clínico e do provedor. Mas, como nada é perfeito neste mundo, de vez em quando surgiam pequenas crises. Certa feita, algumas “pessoas” que queriam tirar proveito do empreendimento fizeram um grande movimento para desestabilizar um ex-provedor, chegando a ameaçá-lo de morte. Por sorte, essa tentativa de boicote foi superada sem maiores infortúnios e a Santa Casa seguiu o rumo traçado pelos valorosos pioneiros até 22 de outubro de 1988, quando o contrato com a Ordem das Irmãs Missionárias do Sagrado Coração de Jesus foi rompido.

Com o fim do contrato, o compromisso assumido pela irmandade da Santa Casa em 1953 deixou de ser cumprido. O nepotismo e a politicagem começaram a fazer história. E, ao que parece, o resultado disso foi o início da decadência que culminou na intervenção feita em 5 de setembro de 2003. Aqui encerro a narrativa extraída do texto Um pouco da história da Santa Casa. Entretanto, do longínquo ano de 2003 aos dias atuais, muita água passou debaixo da ponte. Vejamos.

Com o decorrer do tempo, as dificuldades na Santa Casa só aumentariam. Ocorreriam outras intervenções do poder público municipal e seriam realizadas algumas campanhas filantrópicas para evitar que a instituição fosse fechada. Para piorar, em 2011, por ser inconstitucional (como este humilde articulista já havia afirmado no texto Praças, Santa Casa e cinema, também publicado em 2003), foi revogada a Lei Municipal 210/61 que garantia a destinação do adicional de 10% dos impostos municipais à casa de saúde. Felizmente, novos personagens se tornariam protagonistas na luta contra o fechamento da Santa Casa e por uma saúde pública de qualidade em Adamantina.

Em janeiro de 2018, após grande esforço de autoridades do Poder Judiciário e do Ministério Público locais, a Santa Casa passou a ser administrada pela Associação Lar São Francisco de Assis na Providência de Deus. A gestão dos freis franciscanos melhorou/humanizou o atendimento à população e isso fez com que em janeiro de 2022 a Santa Casa fosse incorporada definitivamente à Associação Lar São Francisco de Assis na Providência de Deus. Com a incorporação, a entidade passou a ser denominada Santa Casa de Misericórdia de Adamantina na Providência de Deus.

Sempre lembrando que em 2015, enquanto a Santa Casa passava por uma das suas maiores crises financeiras, a FAl conquistava o curso de medicina. Isso gerou a expectativa de que em quatros anos a saúde pública mudaria da água para o vinho em Adamantina. Afinal de contas, o Internato Médico, obrigatório no curso de medicina, seria iniciado em janeiro de 2020 e iria ser um divisor de águas na saúde pública na cidade. No entanto, o internato foi para Araçatuba. Em seguida, para São Carlos.

No final de 2023, o Poder Judiciário, em Adamantina, julgou procedente Ação Civil Pública, proposta pelo MPSP, e proibiu a renovação do Termo de Colaboração para Internato Médico, assinado entre a Irmandade da Santa Casa de Misericórdia de São Carlos e a FAI. A instituição recorreu da decisão e o caso tramita na justiça. Vale dizer que a FAl é uma autarquia municipal, criada em 1968, cuja mantenedora é a prefeitura de Adamantina. Traduzindo. Se um dia algo der errado com a instituição, o dinheiro para arcar com o prejuízo sairá dos cofres municipais, ou seja, do bolso dos adamantinenses.

Para encerrar, gostaria de fazer algumas perguntas à população da Cidade Joia. A Santa Casa e as unidades de saúde do município, mesmo com os grandes investimentos em infraestrutura dos últimos anos, não estão prontas para receber o Internato Médico? É justo a autarquia de uma cidade (que nasceu graças aos impostos pagos pelo povo desta cidade), investir na saúde da população de outra cidade? Por que o silêncio da mídia e dos pré-candidatos ao cargo de prefeito em torno de assunto tão importante? Existe alguma pressão corporativa impedindo que a discussão avance na sociedade adamantinense?

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Ônibus que transportava trabalhadores rurais tomba em Paranapanema

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Um ônibus que transportava trabalhadores rurais tombou na Estrada Rio Boi Branco do distrito Campos de Holambra, em Paranapanema (SP), na madrugada desta terça-feira (14).

Conforme uma das passageiras do ônibus, algumas pessoas foram socorridas e levadas até a UBS mais próxima pelo Serviço de Atendimento Móvel de Urgência (Samu). Outras foram levadas por motoristas que passavam pelo local e viram o veículo tombado.

De acordo com os Bombeiros, uma equipe chegou a ser acionada, mas a solicitação foi cancelada após o Samu adiantar o resgate.

Em nota, a Secretaria de Segurança Pública (SSP) também informou que o acidente aconteceu pois o motorista perdeu o controle da direção enquanto dirigia pela pista molhada. O ônibus transportava 42 passageiros, dos quais 14 se feriram.

Segundo os responsáveis pela UBS Onofre Leme de Almeida, ao menos 12 pessoas foram atendidas com ferimentos leves e outras duas precisaram ser transferidas devido a gravidade dos ferimentos para realizarem raio X.

O caso foi registrado como lesão corporal pela Delegacia de Paranapanema.

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Jovem morre em batida na estrada que liga Dumont a Ribeirão Preto

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Um jovem de 24 anos morreu em um acidente na tarde desta quarta-feira (15) na Rodovia Mário Donegá, entre Dumont (SP) e Ribeirão Preto (SP).

Segundo a Polícia Militar Rodoviária, o motorista do carro seguia no sentido Ribeirão-Dumont, quando teria invadido a pista contrária e batido de frente com o caminhão.

Com o impacto, o motorista foi projetado para fora do carro. De acordo com a polícia, a hipótese é que ele não usava o cinto de segurança no momento da batida. O caminhão só parou ao bater na defensa metálica.

O trecho é de pista simples e, de acordo com a polícia rodoviária, não é permitido ultrapassagem no local.

A perícia deve apontar as causas do acidente.

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