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“A literatura, quando brota da escola, não é vaidade: é sobrevivência”.
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“Não há muros altos o bastante para conter o poder de uma caneta na mão certa”.
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*Dia 15 de outubro é o Dia do Professor, e de antemão gostaria de me congratular com os meus pares sobre o nosso dia! Meus parabéns a todos nós! A luta continua (todos os dias)! E sobre essa data gostaria de comentar sobre um ocorrido que tenho presenciado a alguns meses em uma das escolas que trabalho, e que teve a sua culminância no último dia 14 (terça-feira).
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Há escolas que parecem abrigar mais do que alunos, abrigam histórias, silêncios e esperanças que teimam em florescer mesmo no solo árido da desigualdade. Foi numa dessas escolas, marcada por inúmeras questões que fogem ao escopo da sala de aula, que um professor resolveu “plantar palavras”.
Ele chegou com o brilho nos olhos de quem ainda acreditava que o verbo “transformar” podia ser conjugado no presente. E começou! E foi… Aos poucos, foi convidando seus alunos a escrever sobre a própria vida, o que viam de suas casas, o medo que os assolava, as problemáticas da adolescência, as risadas entre amigos e por que não sobre os namoros e perrengues dessa fase.
No começo, vieram frases tímidas, quase sussurradas. Depois, vieram os textos, histórias que falavam de amor, de saudade, de luta, de futuro, do medo, da insegurança. Cada linha era uma “resistência”, cada parágrafo um grito de “pertencimento”. A sala virou “oficina de sonhos”, e o professor, um “jardineiro de palavras”.
O que ninguém esperava era que aquelas escritas, nascidas do cotidiano e das dificuldades, acabariam virando um livro. Um livro feito de papel simples, mas de emoção densa. Um livro que nasceu onde muitos acham que nada floresce.
Quando a obra foi lançada, a comunidade se reuniu. Pais, avós, vizinhos, funcionários, professores, autoridades, gente de todo o canto, todos ali, com o coração cheio e o orgulho nos olhos. Porque aquele livro era deles também! Era o retrato de uma escola que, mesmo com pouco, faz muito (e sempre com o carinho que a motiva!).
E ali, entre abraços e falas, o professor ensinou que a literatura não é privilégio de poucos, mas é direito de todos! Que educar é, antes de tudo, acreditar, mesmo quando o mundo duvida.
Hoje, posso dizer que aquele livro repousa nas estantes da escola, com páginas que retratam não apenas simples falas, mas parte de cada um daqueles estudantes que marcaram o seu nome nas linhas da literatura graças ao trabalho de um professor!
Ao Professor Everton dos Santos, organizador da Coletânea “Vozes Jovens: Histórias do Cotidiano”, nossos parabéns! O mundo precisa de mais professores como você!
Tiago Rafael dos Santos Alves
Professor da Rede Estadual de SP / FADAP/FAP – Tupã
Historiador – nº 0000486/SP
Gestor Ambiental: CREA-SP nº 5071624912
Mestre pelo PPGG-MP – FCT/UNESP
Doutorando pelo PGAD – FCE/UNESP
E-mail: tiagorsalves@gmail.com


