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ARTIGO: Criticas sim, ofensas não

Todo articulista que se preza, aceita criticas. Ele sabe que ninguém é o dono da verdade. Também sabe que escrever na terceira pessoa para não se comprometer, pode transformar um assunto importante num enigma, semelhante ao da esfinge, que ninguém consegue entender, com direito a famosa máxima: Decifra-me ou devoro-te.

Como nunca me escondi em meus escritos, sei muito bem o preço que pagamos quando alguém não sabe interpretar um texto. Quando publiquei a crônica Magia negra na política, na qual os personagens Lábios Úmidos e Legião afirmavam que o PT de Adamantina não conseguia organizar sequer um churrasquinho entre os companheiros, o mundo faltou cair na minha cabeça. Explico.

Na época, um jovem despontava como o líder que a esquerda sempre almejou ter em Adamantina. Apesar da pouca idade, demonstrava uma maturidade impressionante. Tanto nos textos que escrevia, quanto nos debates que participava. Infelizmente, o então garoto prodígio resolveu fazer uma dissertação na minha crônica.

Resumo da ópera. Num texto que parecia ter as digitais de outro articulista adamantinense, fui atacado das piores formas possíveis. Nas entrelinhas, chegaram (no plural?) ao absurdo de insinuar que eu havia traído pessoas que sempre estiveram ao meu lado.

 No final do agressivo escrito, disseram (também no plural?) que eu tinha apunhalado pelas costas aqueles que estavam ao meu lado de maneira covarde, para agradar aos companheiros do momento. Preocupados com a reação que eu poderia ter às nefastas acusações, alguns amigos do autor (autores?) me procuraram para pedir que ignorasse as criticas recebidas, pois, segundo eles, logo o triste episódio seria esquecido.

Acontece que desde cedo aprendi que ofender não é a mesma coisa que criticar. A ofensa está sempre acompanhada de descontrole emocional e de palavras depreciativas. Já a critica é direta, coerente e respaldada por conhecimento de causa e bom-senso. Sua essência exige reflexão e elegância, por isso tem autoridade e é aceita por quem é criticado.

Mesmo assim, fiz que acreditei que o ataque gratuito fosse uma critica e deixei a vida seguir o seu curso natural. Esse fato ocorreu em 2008. Os anos se passaram, publiquei outras crônicas e recentemente, numa parceria com outros três articulistas adamantinenses, participei da publicação da interessante coletânea de artigos AQUATRO, que será lançada em breve.

Como a vida é cheia de surpresas, não é que o espinhento texto que tanto me magoou faz parte da coletânea de artigos. A propósito, o titulo do infeliz escrito é Fogo Amigo. Em razão disso, quero deixar claro que se soubesse com antecedência que isso iria acontecer, a coletânea AQUATRO, muito provavelmente, receberia o titulo de ATRÊS.

Por fim, como uma critica aos antigos dirigentes do PT em Adamantina (que tempos depois abandonariam o partido a própria sorte) gerou tamanha confusão, encerro este desabafo com duas perguntas aos diretores da Macrorregião do PT na Nova Alta Paulista.

 Os companheiros sabem que no segundo turno da eleição do ano passado, Lula recebeu 5.122 votos em Adamantina? Se sim, por que não movem uma palha para ajudar os militantes petistas que fizeram campanha para conseguir esses votos, e que querem reorganizar o partido na Cidade Joia?

Espero que dessa vez estranhos à causa não venham dar lição de moral num assunto que não lhes compete. Obs: O artigo Magia negra na política, foi publicado no livro Ensaios sobre a política adamantinense e outros escritos, de minha autoria.

 

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