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ARTIGO: Ariano Suassuna e a História de um Presidente Burro

Um breve relato sobre alguns causos contados por Ariano Suassuna

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“Não sei… Só sei que foi assim!”

Chicó

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Nos últimos dias dos atuais tempos vacinais (e obscuros), em meio a idas e vindas em sites e “redes antissociais”, eis que me deparo com um vídeo do saudoso, Ariano Suassuna.

Para quem não se lembra, Ariano Suassuna foi um dos idealizadores do Movimento Armorial e autor de obras consagradas como: O Auto da Compadecida e O Romance d’a Pedra do Reino. Além de sua grande trajetória na área Cultural do país e no Estado de Pernambuco. No entanto, voltando ao vídeo assistido, achei curioso e ao mesmo tempo bem atual.

Com tamanha genialidade e originalidade, as falas de Ariano Suassuna ao mesmo tempo que nos arrancam gargalhadas, também nos remetem a uma crítica social mais que atual. Vale a pena conferir!

Pois bem, no vídeo supracitado, denominado de “O Presidente burro”, Ariano relata um de seus famosos “causos” ouvidos por aqui e ali em nosso país. E para que possamos refletir com um pouco de humor, reproduzo as referidas falas abaixo:

Um dia ele (Presidente) ia visitar uma escola. No dia seguinte, os assessores disseram:

– Presidente, uma coisa que fica muito bem e causa muita simpatia, é fazer perguntas aos meninos.

– Tá doido! E se, eu não souber no dia, a resposta! – disse o presidente

– Não… A gente prepara… – disseram os assessores.

Aí prepararam. Aqui vocês chamam “cola”, lá nós chamamos “fila”. Prepararam uma fila para ele, com a pergunta e a resposta. Quando ele chegou lá, no outro dia, na escola, puxou a fila e deixou lá debaixo dos papéis.

– Quem descobriu o Brasil? – Perguntou o Presidente.

O menino disse:

– Pedro Álvares Cabral…

Ele disse:

– Muito bem…! Em que dia?

– Em 22 de abril de 1500.

– Muito bem…! Quem celebrou a primeira missa?

– O Frei Henrique de Coimbra…

– Muito bem… Agora vou para o campo das Ciências Naturais. A quantos graus ferve a água?

O menino disse:

– Cem graus…

Ele disse:

– Não senhor! Noventa graus!

Aí o menino disse:

– Cem graus…

Ele disse:

– Noventa graus…

Aí a professora, coitada, morrendo de medo, disse:

– Presidente o senhor me desculpe, mas a água realmente ferve a cem graus!

Aí ele olhou a fila e disse:

– Ah… É mesmo… Quem ferve a noventa graus é o ângulo reto!

Bom… A conclusão eu deixo por conta de vocês! Mas, seria mais engraçado ainda se, tudo isso não se relacionasse ao que se vivencia na “Terra de Alice, ou do Nunca, em Tão Tão Distante, ou quem sabe Nárnia”.

Tiago Rafael dos Santos Alves

Professor, Historiador e Gestor Ambiental

Membro Correspondente da ACL e AMLJF

 

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